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Papel-moeda: o dinheiro como é conhecido está com seus dias contados?

Uberlândia – MG 25/6/2020 –

O amplo processo de evolução tecnológica digital nos últimos 20 anos, envolvendo sites, aplicativos e o próprio setor financeiro, mudou a forma de consumo das pessoas e colocou em xeque a existência de moedas e cédulas como formas de pagamento. Desde 1995 instituições financeiras vêm utilizando intensamente a Internet em benefício próprio, e logo após, em 2007, o mundo conheceu os Smartphones.

De acordo com o gerente de tecnologia da Outcenter (empresa especializada em provedores de internet), Reinaldo Lima, “os bancos foram os primeiros a investir na tecnologia dos smartphones e deram início a uma onda de aplicativos mobile desenvolvidos para potencializar o tempo do consumidor. Com o uso de apps, ficou mais prático organizar finanças”.

Ou seja, inovações como transações financeiras, pagamentos de contas, a facilitação do uso de cartões de crédito e débito e, consequentemente, a consulta deles nas telas dos smartphones, têm contribuído muito para que o dinheiro como é utilizado tenda a desaparecer em poucos anos.

Além disso, dia após dia a Caixa Econômica Federal tem dado mais abertura para a tecnologia. Com o surgimento da pandemia o banco tem abusado da tecnologia para abrir contas online e, recentemente autorizar o pagamento de contas com o Auxílio Emergencial sem que o usuário precise sacar o dinheiro, tudo por smartphone.

Mas isso não quer dizer, necessariamente o fim do papel moeda, segundo o gestor de negócios da Unicred Aliança, Luís Antônio Menegazzo, o caminho para a extinção do papel-moeda ainda precisa ser muito discutido. “Consideramos que ainda é prematuro falar em desaparecimento, não dá para prever quando o dinheiro em espécie/físico vai desaparecer, porém este é um tema que está sendo discutido em várias partes do mundo”.

“Na Suécia, por exemplo, há informações de que alguns bancos pararam de usar dinheiro em espécie, embora ultimamente o governo local venha tratando o assunto com cuidado. Lá, inclusive, teria data para o dinheiro físico desaparecer, pois há estudos para acabar com o papel moeda até 2030”, conta o gestor.

Conta a favor do desaparecimento do papel-moeda a questão dos custos: fazer dinheiro custa dinheiro. Segundo dados do Banco Central – BC, “Para produzir R$ 1 mil em cédulas de R$ 100, o gasto é de R$ 322,26. A mesma quantia em moedas de R$ 1 gera desembolso pelo estado de R$ 467,70. Isso significa que parte significativa do valor é perdida no processo de produção”.

Mesmo na indecisão sobre o futuro das cédulas, já existem profissionais que não recebem por seus serviços em dinheiro em espécie, como é o caso do psicólogo Felipe Lins Claudino. O profissional, que atende em Uberlândia, recebe de seus pacientes por meio de aplicativos de transferência digital, excluindo assim, também, o uso de máquinas de cartão.

“Uma das vantagens que percebo é a facilidade de não precisar de uma máquina de cartão, porque os apps de pagamento podem ser baixados em qualquer smartphone. O gerador de boleto também facilita demais, principalmente quando a pessoa não tem dinheiro à vista ou não quer pagar no cartão de crédito. Outra facilidade dos apps é que são menos burocráticos para cadastrar pequenos negócios sem exigir CNPJ”, conta o psicólogo.

Com a popularização dos meios online, as instituições financeiras têm se desdobrado na tentativa de não perder espaço para os meios 100% digitais. Hoje, bancos e cooperativas de crédito desenvolvem ou incorporam nas suas atividades soluções eletrônicas/digitais que facilitam os pagamentos e, portanto, restringem ou eliminam a necessidade de dinheiro físico.

Segundo Menegazzo, essas mudanças estão sendo facilmente visualizadas no dia a dia das pessoas. “Na Unicred Aliança, por exemplo nós verificamos que o volume de transações com utilização de cartões, internet banking e Mobile (smartfones) tem evoluído ano a ano. A circulação do dinheiro de forma eletrônica é cada vez maior e supera em muito a movimentação física de dinheiro em espécie”, afirma.

Mesmo que os números apontem para uma crescente utilização dos meios eletrônicos para chegar em uma possível “abolição” do papel-moeda, muitas coisas ainda precisam ser ajustadas, pois são significativas as desvantagens quanto ao fim do dinheiro em espécie.

Segundo Menegazzo, “as desvantagens mais comumente citadas estão relacionadas a eventual falha dos processos de pagamentos eletrônicos como queda ou falta de energia elétrica, falha ou inviabilidade da comunicação eletrônica e de internet, ataque de hackers, tem a questão das pessoas sem acesso ou com dificuldade de acesso aos meios eletrônicos e é citado também tem a questão dos idosos, como seria para eles viver “sem dinheiro”.

Além disso, alguns serviços ainda precisam passar por melhorias. Atualmente quem usa aplicativos de pagamento, como o Felipe Claudino, precisa esperar vários dias para que o dinheiro seja transferido para a conta corrente, ou tem custos com taxas ou tarifas.

Website: https://www.unicred.com.br/alianca/home

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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