Plano de recuperação judicial da empresa de mídia foi, finalmente, aprovado pelos credores. Grupo Abril terá que se desfazer de ativos, entre eles a marca Exame
Assembleia realizada nesta semana no Club Homs da Avenida Paulista, em São Paulo, definiu os próximos passos do Grupo Abril. O conglomerado de comunicação havia entrado com pedido de recuperação judicial em agosto de 2018. Após um ano, a solicitação foi atendida pela maioria absoluta dos credores. Há, contudo, contrapartidas. A empresa terá que vender a Exame e outros ativos.
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Em relação à Exame — unidade de negócios que conta com revista impressa, site e organização de eventos –, o Grupo Abril tem o prazo de quatro meses para vender a outra corporação. A empresa que foi fundada e por décadas gerida pela família Civita terá, ainda, que abrir mão de outros dois negócios. Precisará vender imóveis que mantém em Campos do Jordão (SP) e do imóvel onde funciona a sede da companhia na Marginal Tietê, na capital paulista.
Dívida bilionária
O montante a ser arrecado com as vendas da marca Exame e dos imóveis, o Grupo Abril terá a obrigação de pagar credores (inclusive de ex-funcionários que levaram calote) e empréstimos tomados junto a instituições financeiras. Eventualmente, o valor arrecado poderá compor o caixa da empresa de comunicação que, há um ano, revelou ter acumulado dívida de R$ 1,69 bilhão — e avisou que não conseguiria pagar.
Reportagem veiculada pelo site da Exame, que ainda pertence ao Grupo Abril, destaca que na assembleia desta semana “o plano [de recuperação judicial] foi aprovado com 92% de representação no valor da dívida e 96% de representação no número de credores”. Os credores, de acordo com a publicação, estão organizados em quatro núcleos: ex-funcionários, bancos, prestadores de serviços editoriais e outros fornecedores.