De acordo com os dados do Atlas dos Pequenos Negócios 2022, pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os pequenos negócios são responsáveis por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. São mais de R$ 35 bilhões que circulam por mês na economia brasileira e que são resultado direto da atuação dos pequenos negócios. E a importância dessa parcela do mercado aumenta quando se considera a geração de empregos ou a massa salarial.
São mais de 16 milhões de micro e pequenas empresas no país, que juntas geram mais da metade das vagas de trabalho formal. Aquelas vagas com carteira de trabalho assinada ou contrato regularizado, que todo trabalhador deseja. A maior parte são microempresas individuais (MEI), cerca de 9 milhões (DataSebrae). Por sinal, essa categoria foi criada em 2008, para regularizar a atividade de empreendedores informais e estender a esses empreendedores direitos sociais e previdenciários.
Ainda segundo o Sebrae, mais de 40% da massa salarial tem origem em uma micro ou pequena empresa. Ou seja, do total de salários pagos na economia, quase a metade ocorre neste segmento, que ainda constitui a maior parte do ecossistema empresarial, respondendo por mais de 85% das empresas brasileiras.
Segundo Lucio Silva, economista do Grupo Euro 17, “as MEI’s oferecem oportunidade de regularização para quem atua no mercado informal, e a chance de empreender, para quem procura uma oportunidade, daí o crescimento da categoria. Somente as MEIs movimentam R$140 bilhões por ano. Esse empreendedor teria muito a ganhar com qualificação, crédito e assessoria”.
Pequenas empresas cada vez mais presentes no mercado financeiro
Outro aspecto importante é que essas empresas têm tido cada vez mais acesso ao mercado financeiro e de crédito. Algo que foi de suma importância para a manutenção das atividades durante a fase mais aguda da pandemia.
De acordo com o Banco Central, somente em 2020, o crédito para esses empreendimentos cresceu quase 30%. Naquele ano foi criado o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), para fazer frente às dificuldades causadas pela pandemia. Foram injetados na economia mais de 35 bilhões em crédito, e o programa tornou-se permanente no ano seguinte.
A maior parte dos pequenos negócios ainda não recuperou o faturamento pré-pandemia. É o que aponta pesquisa do Sebrae, que também mostra que os juros para este segmento continuam maiores que para as demais empresas. Lucio Silva explica que “os juros são mais altos para porque os pequenos empresários têm mais dificuldades de oferecer garantias para o empréstimo. Mas vale ficar atento à chegada de fintechs ao mercado de crédito, com maior competição no mercado, o acesso ao crédito é facilitado”.
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