Mesmo sendo um crime previsto pelo Código Penal, no artigo 298, a falsificação de documentos continua a ser uma preocupação para milhares de brasileiros, além de um grande problema para a polícia. Diversos foram os casos nos últimos anos de falsificação de documentos, como da carteira de vacinação – que passou a ser exigida durante a pandemia de Covid-19 nas mais diversas atividades cotidianas. “Passaportes de vacinação” passaram a ser comercializados por até 500 bitcoins no Rio de Janeiro, imitando o documento emitido pelo Ministério da Saúde.
Além desse tipo de falsificação, outros são cometidos diariamente. Tal crime exige que toda uma força tarefa seja mobilizada a fim de mitigar os danos causados a pessoas físicas e jurídicas e é nesse ponto que surge a necessidade dos serviços do perito grafotécnico. A função central dessa atividade é a de identificar a autenticidade da assinatura em diferentes tipos de documentações. Por meio da averiguação técnica das assinaturas e suas respectivas características, como pressão ao assinar, progressão, detalhes, o perito é capaz de indicar alteração.
São três setores possíveis aos quais a perícia grafotécnica pode ser atribuída: o judicial (quando designado por um juiz); o extrajudicial (quando contratado por um cliente particular) e o arbitral (quando solicitado por ambas as partes em um processo de arbitragem). De acordo com Leonardo da Silva, perito formado pela Jus Expert, empresa especializada nesse tipo de serviço, grande parte dos clientes são bancos que precisam averiguar documentos diversos com o objetivo de não serem vítimas de estelionato e falsificação.
“Somente em relação aos empréstimos, o número é estratosférico, além do que podemos falar em documentos que demandam a análise de assinatura como, por exemplo, cheques, notas promissórias, certidões, atestados médicos e recibos. Por isso vejo a evolução da profissão como muito positiva”, afirma Leonardo.
Além disso, o expert também acredita que a especialização técnica para esse tipo de perícia é uma oportunidade para quem quer exercer uma atividade profissional atuando como freelancer e aumentando sua renda, tendo em vista que em uma perícia do Leonardo, o juiz arbitrou honorários de R$20 mil. No entanto, Leonardo afirma que disciplina é fundamental. “Uma dificuldade é que a perícia grafotécnica é, às vezes, uma vivência que a pessoa nunca teve e ao lidar com prazos, organização, proatividade e organização, a pessoa pode se atrapalhar um pouco no início, mas nada que a gente não consiga tirar de letra se nos dedicarmos”.
Leonardo acredita que a profissão está crescendo e cursos especializados garantem uma boa formação para quem quer seguir na área. Apesar da procura cada vez maior, afirma ele, o mercado ainda está aquecido e as demandas para este tipo de serviço não param, já que ele recebeu 47 nomeações em 6 meses trabalhando na área.
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