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Pesquisa aponta: escovação previne a perda dentária

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O estudo Condições de saúde bucal autorrelatadas entre adultos brasileiros: resultados das Pesquisas Nacionais de Saúde de 2013 e 2019, publicado na revista científica Epidemiologia e Serviços de Saúde, em setembro deste ano, com foco na análise das condições de saúde bucal de adultos brasileiros, apontou que houve um aumento na frequência da escovação, sendo superior a duas vezes ao dia. A pesquisa ainda constatou, que os casos de edentulismo, quando há a perda total ou parcial dos dentes permanentes, foi menor em pessoas que adotaram uma frequência maior de higienização bucal.

Em 2019, 93,6% dos participantes relataram escovar os dentes ao menos duas vezes por dia, sendo prevalente aqueles com ensino superior completo, renda familiar per capita com mais de três salários mínimos e residentes na zona urbana. O uso de escova, dentifrício e fio dental na higiene oral foi de 63% e esses dados foram identificados no público do sexo feminino, com  ensino superior completo e renda acima de três salários mínimos, também residentes na zona urbana. 

Os cuidados com a saúde bucal podem acabar sendo negligenciados por algumas pessoas por falta de recursos, como afirma a pesquisa. Mais da metade dos entrevistados que afirmam fazer a higienização oral mais vezes são escolarizados, diferente da outra parcela,  que não possui acesso a tantas informações e ferramentas para cuidar da saúde bucal, por isso, acabam tendo uma maior incidência de perda dentária. 

“Essas referências revelam muito sobre a condição bucal dos idosos. Alguns acreditam que é comum perder os dentes na terceira idade, que isso é um processo natural do corpo, mas na verdade não é. Quando bem cuidados, os dentes podem durar a vida inteira, dispensando o uso de próteses e implantes”, revela a cirurgiã-dentista Patrícia Almeida, especialista em reabilitação oral e estética, idealizadora da clínica Odontologia Almeida (na Vila das Belezas, em São Paulo). 

A boca é uma ambiente repleto de bactérias e que precisa de higienização constante para o controle das mesmas, caso contrário, ocorrem o surgimento de doenças, como a cárie e inflamações na gengiva, que quando não tratadas levam a perda permanente dos dentes. “Além disso, esses problemas também podem agravar a saúde em geral do paciente, uma vez que eles facilitam a entrada de microrganismos na corrente sanguínea, atingem outros órgãos, e causam ou agravam doenças pré-existentes, como a pressão alta, infecções pulmonares e até doenças cardíacas”, alerta a especialista, que é membro da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD).

Investir em disseminação de conteúdo sobre saúde bucal em escolas, empresas, e outros locais é extremamente necessário para conscientizar as pessoas da importância desse hábito. Mas é preciso facilitar o acesso de todos os públicos a esse tipo de serviço, como em postos de saúde e clínicas, para ter  acompanhamento odontológico e o envelhecimento com menos perda dentária. 

“Além de ter as ferramentas necessárias para cuidar dos dentes, a população em geral precisa entender que o acompanhamento odontológico, mesmo que não haja uma doença instalada, é indispensável para prevenir o surgimento e a progressão da cárie, inflamações e infecções gengivais. No geral, as pessoas tendem a procurar o dentista somente quando há dor ou quebra do dente, mas essa mentalidade precisa ser mudada, pois a maioria dos dentes perdidos poderiam ser salvos se tivessem sido tratados a tempo”, conclui Patrícia Almeida. 

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