Pesquisa analisa o consumo em 10 comunidades brasileiras

O Outdoor Social, iniciativa de comunicação para classes populares, apresentou resultados de levantamento realizado com o objetivo de descobrir o potencial de consumo, em diversos segmentos, em 10 comunidades brasileiras. Participaram da pesquisa locais como Rocinha (RJ), Sol Nascente (DF), Rio das Pedras (RJ), Coroadinho (MA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Heliópolis (SP) e Baixadas da Condor (PA).

Segundo os organizadores do estudo, em 2016, as periferias brasileiras movimentaram mais de R$ 141 bilhões, sendo as classes B2, C1 e C2 responsáveis por 65% do total ou R$ 96 bilhões. A pesquisa identifica o que os moradores de cada localidade priorizam na hora de ir às compras. Foi identificado que os moradores da Rocinha (RJ) e Sol Nascente (DF) investem mais no consumo de medicamentos e eletrodomésticos, enquanto os moradores da Casa Amarela (PE) investem mais na compra de calçados e produtos de higiene pessoal.

Fundadora do Outdoor Social, Emilia Rabello declara que o levantamento permite que as agências e as empresas identifiquem o enorme potencial de consumo das comunidades e periferias brasileiras. “E que elaborem estratégias com vistas ao investimento em publicidade nas localidades que mais consomem determinado produto e também nas que menos consomem, com o objetivo de atrair mais consumidores para a sua marca. A partir de agora vamos disponibilizar diferentes pesquisas para o mercado publicitário”, diz.

A pesquisa revela, ainda, que anualmente as comunidades gastam milhões de reais em segmentos como: alimentação fora e dentro do domicílio, artigos de limpeza, bebidas, calçados, recreação e cultura, viagens, eletrodomésticos, fumo, medicamentos, veículos próprios, habitação, higiene pessoal, livros e material escolar, material de construção, matrículas e mensalidades, mobiliário e artigos do lar, saúde, transportes urbanos e vestuário.

“A partir da pesquisa do Outdoor Social é possível identificar que, apesar da crise econômica atual, iniciada em 2015, a classe C, que se revelou extremamente importante para movimentar o consumo interno no Brasil, foi a que menos sofreu com a perda do potencial de consumo, 2,2% contra 9,7% das classes A e B, segundo dados da PNAD 2015. Assim, os integrantes da classe média, presentes nas periferias de todos os Estados brasileiros, permanecem sendo público consumidor extremamente importante e com enorme potencial a ser explorado”, afirma a socióloga Rose Faria, responsável pelo relacionamento com as Comunidades do Outdoor Social.

Categorias de consumo por comunidade

Sol Nascente, localizada em Ceilândia, no Distrito Federal, tem mais de 64 mil habitantes. Na pesquisa do projeto Outdoor Social, a liderança da comunidade, levando em conta o potencial de consumo, é registrada em oito categorias: calçados, com mais de R$ 10 milhões por ano; recreação e cultura, com mais de R$ 12 milhões; despesas com viagens, com o equivalente a R$ 14 milhões e 339 mil, e eletrodomésticos com mais de R$ 24 milhões. Além disso, a comunidade aparece em destaque também quando citadas as seguintes categorias: livros e material escolar, mais de R$ 5 milhões; matrículas e mensalidades, com mais de R$ 12 milhões; mobiliários e artigos do lar, com cerca de R$ 15 milhões, e veículos próprios, com R$ 76 milhões e 452 mil.

A comunidade paraense Baixadas da Estrada Nova Jurunas, onde moram mais de 54 mil pessoas, lidera o potencial de gastos em cinco tópicos. No segmento alimentação em domicílio, os gastos totais, por ano, ultrapassam os R$ 133 milhões. No segmento artigos de limpeza, são mais de R$ 6 milhões e com bebidas, o investimento supera R$ 14 milhões. Em higiene pessoal, a quantia ultrapassa os R$ 20 milhões. Já em produtos de vestuário, o número é ainda maior: mais de R$ 28 milhões.

Com mais de 56 mil moradores, Rio das Pedras, localizada na Barra da Tijuca (RJ), lidera o potencial de gastos em cinco tópicos: medicamentos (R$ 31 milhões), material de construção (R$ 42 milhões 130 mil), despesas com saúde (R$ 18 milhões e 300 mil), transportes (R$ 60 milhões) e refeições fora de casa (R$ 53 milhões 261 mil).

O potencial de gasto dos moradores da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro – onde moram mais de 70 mil brasileiros –, é de mais de R$ 7 milhões 696 mil com produtos classificados no segmento fumo.

Já na Cidade de Deus, zona norte de Manaus, onde moram 48 mil pessoas, a liderança do potencial de gastos é no segmento habitação, com mais de R$ 112 milhões.

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Redação

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