São Paulo, 23/07/2020 24/7/2020 –
A pesquisa “Pratique ou Explique” sobre o uso do Informe de Governança com base no Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas indica que para 96% dos respondentes, o Informe tem relevância para a análise do investimento, enquanto 90% acham que as informações têm impacto nas recomendações ou decisões de investimento. O modelo “Pratique ou Explique” refere-se a dar transparência sobre a estrutura de Governança Corporativa adotada pelas companhias abertas.
A pesquisa mostra que 82% dos respondentes fizeram pelo menos uma consulta ao Informe para definir suas decisões ou recomendações. Ainda assim, 89% indicaram que as justificativas das companhias para a não aderência às práticas recomendadas pelo Código deveriam ser mais precisas e objetivas, enquanto uma parcela de apenas 7% crê que elas sejam adequadas.
O estudo foi realizado por um GT (Grupo de Trabalho) formado por várias entidades atuantes no mercado de capitais. O levantamento teve como objetivo verificar o nível de utilização do Informe de Governança por parte dos investidores, analisar sua percepção de valor junto a esse público e obter informações que embasem propostas de mudanças do Informe aos reguladores.
Bruno Salem Brasil, diretor-presidente do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), observa que houve avanço na prestação de informações de práticas de Governança por parte das companhias abertas, após a edição do Código Brasileiro de Governança Corporativa. Segundo ele, “as contínuas revisões anuais do Informe de Governança têm permitido que as empresas promovam melhorias na adoção de práticas e nas informações prestadas”.
Nos últimos anos, houve crescente demanda dos investidores internacionais por informações ESG (Environmental, Social and Governance ou, em português, Ambiental, Social e Governança). “Em 2020, ocorreu, também, aumento no interesse por parte dos investidores brasileiros em informações ESG”, afirmou. A nova edição da pesquisa “Pratique ou Explique” demonstra a importância do Informe de Governança, como instrumento para transparência, prestação de contas, e para análise de investimentos nas companhias, concluiu Bruno Brasil.
“Para que o modelo “Pratique ou Explique” seja bem-sucedido no país, é necessário que haja um forte comprometimento no sentido de propor melhorias à qualidade das informações fornecidas pelas companhias quanto às suas práticas da Governança Corporativa em seu dia a dia. Vale lembrar que tais propostas também podem partir dos investidores”, explica Pedro Melo, diretor-geral do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), uma das entidades integrantes do GT.
Os dados foram coletados entre os meses de fevereiro e março de 2020 junto a profissionais atuantes na área de investimentos em ações de empresas listadas na Bolsa, usando as bases de contatos da ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais), ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais). Os resultados da pesquisa têm origem nas respostas da amostra de 62 pessoas, entre analistas de investimentos, gestores de recursos e investidores. Em decorrência da pandemia da COVID-19, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) prorrogou os prazos regulatórios em 2020 para o dia 30 de setembro, 60 dias além do limite estabelecido anteriormente para a entrega do Informe.
“É sempre importante entender a percepção do investidor em relação a como as empresas se adequam às recomendações de Governança Corporativa. O resultado da pesquisa evidencia a relevância do Informe para investidores institucionais nacionais e estrangeiros. E a adoção de determinada prática, ou explicação clara e objetiva pela não adoção, pode influenciar de maneira significativa a decisão de investimento”, afirma Fábio Coelho, presidente executivo da AMEC.
A pesquisa aponta ainda que, para os investidores consultados, o Informe de Governança é considerado mais relevante do que outras fontes sobre governança disponíveis no mercado, embora reconheçam não estarem seguros de que as informações fornecidas pelas empresas reflitam, de fato, a sua própria Governança Corporativa.
Os resultados do estudo deram ao Grupo Trabalho a percepção de que existe espaço para que sejam feitas melhorias no Informe. Entre elas, estão o foco no aprimoramento da qualidade das informações apresentadas todos os anos pelas empresas e ajustes no formato para que o Informe seja mais amigável aos leitores e facilite a busca pelas informações das companhias.
Edina Biava e Emerson Drigo foram representantes do IBRI no GT (Grupo de Trabalho) responsável pela pesquisa e que contou com apresentação, também, de Guilherme Setubal, vice-presidente do Conselho de Administração do IBRI.
O Grupo de Trabalho responsável pela pesquisa contou com a participação do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa); ACE Governance; ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas); ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais); ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar); AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais); APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) Nacional; B3 (Brasil, Bolsa, Balcão); EY; IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores); e TozziniFreire Advogados.
A pesquisa está disponível no link https://bit.ly/PesquisaPratiqueouExplique
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