Estima-se que haverá 163 zettabytes de dados gerados no mundo até 2025, sendo esse um aumento significativo comparado aos 4,4 zettabytes produzidos até 2013, segundo dados da consultoria IDC. E, junto a esse aumento vertiginoso, também surgiu a necessidade de dar sentido e lógica para essas informações.
Segundo pesquisa realizada pela NewVantage Partners com 50 empresas da Fortune 1000 (revista que lista as maiores empresas de capital aberto do mercado norte-americano) e outras 44 grandes companhias dos EUA sobre suas iniciativas em dados e inteligência artificial em 2022, 92.1% delas relataram estar obtendo resultados mensuráveis nos seus investimentos na área – o que representa um aumento acentuado em relação aos 48,1% em 2017.
A pesquisa entrevistou presidentes, executivos, diretores de TI, diretores de análise, diretores de marketing e diretores de dados representando 50 gigantes dos EUA, incluindo American Express, JP Morgan Chase, NFL, Pfizer, McDonalds, VISA, Facebook, Starbucks, Santander Bank, Stanley Black & Decker, Bloomberg, entre outros.
Iniciativas
97% das empresas responderam ter alguma iniciativa na área de Big Data, enquanto 91% responderam ter iniciativas em andamento na área da inteligência artificial. Mais da metade das organizações desenvolveram estratégias corporativas voltadas para dados (53,0%), e 59,4% relataram que essas estratégias estão rendendo resultados.
No geral, 95,8% das organizações têm projetos piloto de inteligência artificial, mas, apesar do entusiasmo acerca da IA, elas ainda demonstram dificuldade para implementar a tecnologia de forma generalizada.
Contudo, o resultado da pesquisa mostra um aumento de duas vezes em relação ao ano anterior no que se refere à implementação de inteligência artificial em larga escala. Em 2021, apenas 12% responderam ter esse tipo de empreendimento em andamento, enquanto em 2022 esse número chegou a 26%.
As empresas estão tomando ações “agressivas” em direção a mudar a forma como seus negócios funcionam, e quando há um resultado relativamente rápido na redução de custos com a gestão de Big Data, os executivos voltam sua atenção para maneiras de inovar.
A jornada para se tornar Data-Driven começa com iniciativas voltadas para a inovação baseada em dados (56,5%) – descobrir novos mercados de atuação, produtos, atualizações tecnológicas, etc -, em seguida passando para o uso de Big Data e analytics para obter vantagens competitivas (47.4%). Por fim vem o gerenciamento de dados como um ativo de negócio, com 39,7%.
Estabelecer uma cultura Data-Driven ainda é difícil
Apesar das empresas entrevistadas apontarem, em sua maioria, sucesso em seus empreendimentos envolvendo Big Data, as organizações ainda apresentam dificuldades na hora de implementar o que seria considerada uma cultura Data-Driven. Dos executivos que informaram ter iniciativas nessa área, apenas 26,5% relataram sucesso em implementar uma gestão Data Driven e 19,3% respondeu ter implementado com sucesso uma cultura Data-Driven.
Randy Bean, fundador e diretor da NewVantage Partners, relata ter observado durante a pesquisa que uma das maiores preocupações para as companhias é o risco de disrupção no mercado por novas empresas, principalmente startups. Muitas startups criaram culturas orientadas por dados desde o início, o que é uma das principais razões pelas quais grandes empresas estabelecidas temem a disrupção delas.
91.9% dos entrevistados relataram que o maior desafio é se tornar de fato uma empresa Data-Driven, e os maiores impedimentos estão na parte cultural: alinhamento organizacional, resistência ou falta de conhecimento e gestão das mudanças.
Mercado de dados no Brasil
No Brasil o mercado de dados tem crescido vertiginosamente, segundo estudo feito pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), em parceria com a consultoria IDC. O levantamento mostra que investimentos em tecnologia da informação e telecomunicações devem somar US$ 52,24 bilhões em 2022, avançando 14,3% em comparação à 2021, que acumulou US$ 45,7 bilhões investidos.
Para Daniel Luz, COO na beAnalytic (empresa de consultoria e outsourcing em Big Data analytics), empresas brasileiras dos mais diversos segmentos estão obtendo resultados muito significativos com projetos baseados em dados, e utilizado essas iniciativas como vantagem competitiva nos seus respectivos mercados. “Tenho percebido que aqui no Brasil as empresas estão criando uma “maturidade de dados”, ou seja, conseguindo mudar a forma como as decisões são tomadas dentro da organização, visando se projetar à frente da concorrência”.
Ainda segundo o estudo, o uso de dados deve gerar R$ 14,9 bilhões ao mercado de tecnologia em 2022, sendo a aquisição de soluções em Big Data e Analytics a área que deve receber maior parte dos investimentos.
“A gestão orientada por dados pode ainda não ser o forte do mercado brasileiro, mas eu vejo como o caminho natural dele. Organizações que aderem às soluções em Big Data – como a engenharia de dados e o business intelligence – conseguem otimizar vários processos e alocar energia, tempo e recursos apenas nos lugares certos. O retorno sobre investimento é um dos maiores com Big Data” finaliza Daniel.
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