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Pouco tratada, rosácea diminui produtividade e pode causar depressão

São Paulo, SP 25/9/2020 – As questões de autoestima são muito relevantes para a vida. Além disso, a falta de tratamento gera chances importantes da piora do quadro clínico.

Rubor facial, vermelhidão permanente, pele sensível e lesões inflamatórias que afetam principalmente as bochechas e o nariz. Cerca de 415 milhões de pessoas no mundo sofrem com os sintomas da rosácea¹, uma doença que, muito além de problemas estéticos, pode causar grande impacto psicológico e afetar a qualidade de vida.

Um estudo feito pela consultoria global de dados farmacêuticos, Kantar Health, revela que um terço das pessoas com Rosácea afirma que a doença lhes causa perda de confiança. Já para um quarto dessas pessoas, a condição é motivo de grande incômodo; enquanto uma a cada 10 pessoas desenvolveu depressão. A doença também afeta a vida profissional: 55% dos entrevistados ativamente empregados disseram que a Rosácea diminui sua produtividade no trabalho².

A Rosácea é uma doença cutânea ou cutânea-ocular, ou seja, que pode também comprometer os olhos. Alguns casos, se não tratados, podem evoluir para manifestações mais graves, com edemas severos que comprometem a visão.

A busca por tratamento para a Rosácea, entretanto, não é tão comum, pois há dificuldade em se estabelecer diagnóstico e iniciar o tratamento precoce. Fora do meio dermatológico, é uma doença pouco conhecida e as pessoas tendem a confundi-la. “A manifestação da Rosácea na forma de pápulas (bolinhas vermelhas) e pústulas (vasinhos dilatados) com frequência é confundida com acne. Por outro lado, eritemas transitórios (vermelhidão temporária da pele), podem ser relacionados ao consumo de álcool, ansiedade ou stress”, explica o Dr. Luiz Maurício Almeida (CRM 28153 MG), professor de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Uma pesquisa da National Rosacea Society, grupo americano dedicado à melhoria de vida dos portadores da doença, estabeleceu os principais motivos que desencadeiam a condição. Os vilões da lista são os raios ultravioleta – não apenas a exposição ao sol -, atividades físicas, extremos de temperatura, consumo de bebidas alcoólicas e alimentos muito condimentados, utilização inadequada de cosméticos e a presença do ácaro Demodex.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 1,5% e 10% das pessoas nas populações estudadas apresentam a condição. Por muitos considerarem apenas uma questão estética, a doença é subnotificada. Às vezes, o próprio médico subestima o desconforto do paciente, principalmente, se os sintomas são leves.

Por outro lado, apesar de se sentiram bastante incomodados, muitos ficam constrangidos em procurar um especialista por considerar o problema apenas estético. “As questões de autoestima são muito relevantes para a vida. Além disso, a falta de tratamento gera chances importantes da piora do quadro clínico”, alerta o dermatologista.

Apesar da Rosácea acometer mais indivíduos do sexo feminino, ela é não exclusiva das mulheres: estudos indicam que uma a cada três pessoas que sofrem com a doença é homem – um número substancial. A Rinofima, por exemplo, uma condição que causa o espessamento da pele do nariz é severa, muito mais comum em homens e pode surgir a partir da rosácea não tratada.

Atualmente, os cuidados assumiram uma dimensão terapêutica para os portadores da Rosácea e são tão importantes quanto a medicação em si. Usar produtos suaves de limpeza de pele, hidratante leves que não causem a obstrução dos poros e filtros solares adequados aos diferentes perfis de manifestações são os cuidados mais básicos. Tudo sob orientação de um dermatologista.

Além disso, o tratamento da Rosácea conta hoje com opções terapêuticas modernas e bastante eficazes. “Entre os medicamentos mais eficientes disponíveis no Brasil, está a Ivermectina tópica para o caso das pápulas e pústulas. A substância é a que apresenta os melhores dados científicos, de eficácia e de segurança. Para a Rosácea ocular existem alguns tipos de colírios, enquanto para a Rosácea fimatosa e as telangiectasias há várias opções de lasers”, finaliza o médico.

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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