Já faz um tempo que eu quero comentar sobre o enorme preconceito que muitos profissionais da área de comunicação têm com os “youtubers”. E não adianta revirar os olhos e dizer “eu sou velho demais pra isso” que é com você mesmo que eu estou falando.
O primeiro ponto importante é que o YouTube é uma plataforma. É uma ferramenta de comunicação, assim como o rádio e a TV, mas com possibilidades infinitamente maiores. Então esse estereótipo de “youtuber” que foi construído com a cultura dos “digital influencers” é apenas a ponta do iceberg. Achar que youtuber é tudo Kéfera é o mesmo que resumir a história da TV ao Domingão do Faustão.
O que hoje chamamos genericamente de vlog – aquele conteúdo não roteirizado, estilo “oi meninas, essa é a minha vida” – é sim uma parte do conteúdo do YouTube, e o interesse que essas “banalidades” desperta nas pessoas é no mínimo intrigante. Mas o YouTube é INFINITAMENTE MAIOR que isso.
O chamado “conteúdo premium” – séries, curta-metragens, aulas, debates, só pra citar alguns – que hoje está disponível na plataforma é INESTIMÁVEL. É uma revolução digital de conhecimento que (salvo exceções) estamos tragicamente subestimando. Quem fala inglês e tem internet tem acesso a uma infinidade de conhecimento, intercâmbio cultural e entretenimento que não dava nem pra imaginar há poucos anos. Mas mesmo o conteúdo nacional (e de outros países que falam português) já é riquíssimo. E É GRATUITO!!!
Por ser uma plataforma democrática – à medida que a pessoa tenha uma câmera, um computador e acesso à internet – o YouTube é o que temos de melhor em representatividade e inclusão. É o que mais se aproxima do ideal de igualdade com que nós sonhamos. Pra quem consome YouTube, a ideia de que a Netflix é “inclusiva” é risível.
E sim, a cultura dos “digital influencers” que nasceu no YouTube pode ser extremamente tóxica. É uma coisa com a qual ainda não sabemos lidar como sociedade, mas estamos aprendendo. E sim, você acha muito lixo lá dentro, mas esse é o preço da pluralidade. E ninguém é obrigado a ver conteúdo bosta. É só procurar algo diferente.
Reduzir “youtuber” a um termo pejorativo é uma enorme injustiça, mas virou norma no meio do jornalismo cultural. Parte disso é rancor porque o jornalismo tradicional, antes tão glamurizado, perdeu o espaço pra um cara que faz vídeo sozinho no quarto. Mas isso também vem de um senso de autoimportância e falta de autocrítica que faz o jornalistão acreditar sem sombra de dúvida que o que ele tem pra dizer é mais relevante. E talvez não seja! Não pra esse público. Não pra esse fim.
Hoje eu consumo mais YouTube do que TV e Netflix. E a maior parte do que eu consumo é conhecimento. É lá que eu faço aulas de espanhol, aprendo meditação, caligrafia, desenho, culinária, política e… CINEMA. Sim, eu sou especializada em cinema, tenho educação formal, e recorro ao Youtube pra aprender mais. E falo sem pestanejar que lá eu encontro um conteúdo muito mais relevante do que um MONTE de pós-graduações caríssimas e superestimadas.
E só para deixar um gostinho aqui pra vocês, vejam esse vídeo da Lindsay Ellis sobre Mel Brooks, o “politicamente incorreto” e o famoso “limite do humor”. É de longe o melhor conteúdo que eu já encontrei sobre o tema.
***** ***** ****** ***** *****
Por Micheli Nunes, jornalista.
A NielsenIQ (NIQ) tem o prazer de anunciar que Mohit Kapoor, diretor de tecnologia, foi…
SYDNEY e HONG KONG, May 23, 2025 (GLOBE NEWSWIRE) -- A AI-Media Technologies Limited ("AI-Media"),…
De 4 a 6 de junho, em Belo Horizonte, a feira reunirá especialistas, empreendedores e…
Ação contempla 148 cidades paulistas e inclui parcerias com 84 municípios para projetos de urbanização…
Cerca de três mil estudantes da rede pública de ensino participam do projeto que já…
Indicada para pacientes que possuem mieloma múltiplo em estágio avançado, a terapia inovadora reduz em…