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Presença de idosos na internet cresce a cada ano

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A presença de pessoas acima de 65 na internet tem crescido ao longo dos anos, superando os grupos mais jovens. É o que revela o estudo Beyond Age, relatório global produzido pela divisão de mídia da Kantar, que demonstrou uma mudança significativa nos perfis etários dos consumidores de diferentes plataformas digitais nos últimos sete anos.

No Instagram, por exemplo, para cada usuário adicional de 15 a 19 anos, foram mais de 21 usuários acima de 65 anos. Um crescimento de 4937% somente no período entre 2015 a 2022. As altas taxas também foram verificadas para esta faixa etária no Facebook (255%), YouTube (886%) e WhatsApp (707%).

Já a pesquisa da Febraban-Ipespe apontou a percepção de insegurança deste público. Realizada entre os dias 31 de agosto a 06 de setembro de 2022, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, o levantamento “A inclusão Digital dos Idosos” questionou sobre a segurança dos dados dos usuários.

Somente 19% dos entrevistados acreditam que estão totalmente seguros e protegidos. Essa parcela mais confiante é menor (10%) na faixa etária de 60 anos ou mais. Já 57% acreditam que estão parcialmente seguros e protegidos e entre os idosos, chega a 60%. Outros 20% temem que não estão seguros e protegidos e os idosos são os que expressam mais esse temor (28%).

Novos hábitos decorrentes da pandemia de covid-19 e o avanço da comunicação e serviços prestados exclusivamente online fizeram surgir uma nova preocupação com a segurança para esta faixa etária, pouco familiarizada com as novas tecnologias. Diferentemente das gerações Y e Z (nascidos entre os anos 1980 e 2010), criados em uma sociedade já tecnológica, pessoas acima de 60 anos foram obrigadas a se adaptarem às novas tecnologias, seja para não ficarem fora do mercado, seja para se conectarem com parentes e amigos durante o isolamento.

De acordo com um levantamento da empresa de análise de risco LexisNexis Ricks Solutions, com muitos novos clientes chegando no universo digital pela primeira vez, a faixa etária mais jovem de usuários online foi considerada a mais suscetível a fraudes. A faixa etária mais velha – 75 anos ou mais – experimentou a segunda maior taxa de ataque, porém, proporcionalmente, é a que mais sofre com golpes.

Esse grupo geralmente tem menor familiaridade com as tecnologias digitais mais recentes e, por isso, pode ser mais suscetível a golpes e tentativas de phishing, com o envio de e-mails, SMS e ligações telefônicas com assuntos relacionados à aposentadoria, para roubar dados e dinheiro das vítimas. Há também fraudes envolvendo os próprios parentes, que usam o celular dessas pessoas para pegar empréstimos, fazer transferências e comprar itens sem o seu consentimento. A perda média na fraude por cliente aumenta progressivamente com a idade, provavelmente influenciada por maiores rendimentos disponíveis a essas pessoas mais tarde, ao longo da vida.

“A segurança no universo digital deve ser uma preocupação em qualquer faixa etária, mas é notória a dificuldade dos mais idosos em lidar com ferramentas digitais, e os golpistas sabem disso, transformando esta população numa verdadeira demanda para o crime virtual”, diz o presidente-executivo da Associação das Autoridades de Registro do Brasil (AARB), Edmar Araújo.

Segundo o especialista, sempre quando surgir alguma dificuldade é importante procurar pessoas próximas de extrema confiança para solicitar auxílio. “Buscar informações na internet, seja em buscas no Google e vídeos no YouTube que ensinam como lidar com determinadas ferramentas, também é uma ótima opção.”

Araújo lembra que acessos em sistemas baseados em login e senha estão ultrapassados, além de muito inseguros. “É preciso investimentos em identificações mais seguras, como a criptografia. Temos um exemplo de sucesso no Brasil, que é o certificado digital da infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), já comumente utilizado em assinaturas de contratos, abertura de empresas, cartórios, receitas médicas entre outros. Infelizmente poucas ferramentas adotam esta opção de acesso. O prejuízo com as fraudes poderia ser minimizado substancialmente com a adoção desta tecnologia de identificação, muito mais segura e com validade jurídica e não repúdio”.

Golpes mais frequentes citados na pesquisa Febraban-Ipespe:

  • Alguém se passando por um conhecido solicitando dinheiro por WhatsApp: 32% de menções na população em geral; 26% entre os idosos; e 33% entre os que moram com idosos.
  • Clonagem de cartão de crédito ou troca de cartões: 30% de menções na população em geral; 26% entre os que moram com idosos; e 24% entre os idosos.
  • Golpe de crédito consignado: 11% de menções na população em geral; 14% entre os que moram com idosos; e 21% entre os idosos.
  • Alguém que pede seus dados por telefone: 10% de menções na população em geral; 10% entre os que moram com idosos; e 8% entre os idosos.
  • Golpe de lojas virtuais: 7% de menções na população em geral; 8% entre os que moram com idosos; e 2% entre os idosos.
  • Relacionamentos amorosos para extorquir dinheiro: 5% de menções na população em geral; 5% entre os que moram com idosos; e 15% entre os idosos.

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