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Principais aspectos para reduzir a deriva de herbicidas

4/6/2020 –

Entre os princípios básicos da agricultura sustentável, destaca-se o uso de defensivos agrícolas por meio da aplicação de insumos de forma racional, inteligente e eficaz. Alguns fatores podem se tornar desafiadores para o produtor no campo, por isso, ele deve estar atento ao manejo correto. A deriva é um exemplo que pode atrapalhar a etapa de pulverização, tão importante para a produtividade e rendimento da lavoura.

A deriva ocorre pela volatilização dos ingredientes ativos ou pelo deslocamento físico das gotas. Deriva física é o movimento das gotas para fora da área de aplicação, enquanto deriva de vapor é o movimento do produto após o ingrediente ativo ser convertido de sua forma gasosa. Quando acontece, ela pode ocasionar danos às áreas suscetíveis no entorno das aplicações e a redução da dose aplicada no tratamento, diminuindo a eficácia e induzindo a seleção de espécies resistentes. Ainda, a deriva pode gerar contaminação do ambiente e o aparecimento de resíduos ilegais de produtos em lavouras vizinhas.

Considerando os principais fatores causadores da deriva, seguem algumas dicas importantes para a redução do risco:

  1. Seguir a bula dos produtos para garantir o uso correto e seguro, com risco mínimo para o meio ambiente. Muitas queixas de deriva envolvem aplicação em discordância com as bulas dos produtos;
  2. Selecionar ingredientes ativos ou formulações não voláteis ou de baixa volatilidade;
  3. Caso haja recomendação, usar adjuvantes de acordo com as bulas. Isso resultará em melhor eficácia e, geralmente, menor potencial de deriva;
  4. Usar pontas com orifício de maior tamanho e menor pressão de pulverização, preferencialmente os modelos com indução de ar, produzindo gotas maiores com menor potencial de deriva.
  5. Usar as pontas de ângulo 110o ou superior, mantendo a barra estável, nivelada e com altura de no máximo 50 cm acima dos alvos;
  6. A deriva é menor quando a velocidade média do vento está entre 3 e 10 km/h. Não pulverizar quando não houver vento, situações em que pode haver inversão térmica ou correntes convectivas (estes fenômenos meteorológicos causam a flutuação das gotas). Não pulverizar quando o vento estiver com velocidades elevadas (acima de 10 km/h, em média), ou ainda quando estiver soprando em direção a culturas sensíveis, jardins, habitações, gado, fontes de água ou outras áreas sensíveis;
  7. Quando possível, usar menores velocidades de aplicação. À medida que a velocidade da aplicação aumenta ocorrem efeitos não intencionais em outros parâmetros da aplicação que podem aumentar a deriva.

O sucesso da operação de pulverização depende de diversos fatores. Entretanto, duas questões são unânimes entre os especialistas no assunto: a necessidade de adequação da tecnologia de aplicação às condições meteorológicas e os ajustes para a redução da deriva. Estes dois fatores se relacionam diretamente com as janelas de aplicação (horários disponíveis para o trabalho). Na maioria dos casos, a inadequação deste ajuste pode levar a pulverização a ser realizada em situações extremas, expondo o sistema ao maior risco de deriva. Este fato pode desequilibrar a relação entre a qualidade e a segurança nas aplicações, o que prejudica a sustentabilidade de todo o processo.

 

Por Ulisses R. Antuniassi
Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural

Website: http://www.bayer.com.br

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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