São Paulo 18/6/2021 –
Após dois dias de debates e discussões quanto às oportunidades e os desafios no aumento da produção de alimentos do mundo, chegou ao fim o “Seminário Internacional Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento”, promovido no âmbito do projeto Biomas Tropicais, pelo Instituto Fórum do Futuro, que reuniu, em uma programação rica em painéis relevantes, pesquisadores nacionais e mundiais.
“Dentro dos objetivos do Fórum do Futuro, nós demos um largo passo com a realização desse evento. Os debates e discussões promovidos aqui, foram, sem dúvida, uma possibilidade de integração, para que os nossos esforços alcancem os objetivos que todos nós pretendemos”, concluiu o Presidente do Instituto Fórum do Futuro, Alysson Paolinelli, durante o encerramento do Seminário.
Certificação e transparência como ferramenta dos negócios sustentáveis
A relação de confiança e credibilidade entre produtores rurais e consumidores foi tema de discussão do painel que marcou o início da programação da tarde do segundo dia do Seminário.
Os palestrantes debateram o papel da rastreabilidade, do monitoramento e da certificação para a criação de reputação positiva e credibilidade para o mercado consumidor e para o desenvolvimento sustentável do país.
Para esse momento, foram convidados o moderador e representante do Fórum do Futuro, Pedro Abel, o economista, Antônio Buainain, e o engenheiro agrônomo, Paulo Romano.
Tropical Academy: caminho para a implantação do projeto global
O compartilhamento de experiências e tecnologias em regiões tropicais é a base do projeto da Tropical Academy, uma proposta global que visa ampliar produção de conhecimento para a fundamentação científica e para a formação básica destinadas a alavancar o Desenvolvimento da Bioeconomia Tropical Sustentável.
A produção de conhecimento articulada com a visão de desenvolvimento com foco em biomas específicos é uma experiência inédita. Esse foi o mote do oitavo painel do seminário, que reuniu para o debate o representante da ESALQ/USP, Ruy Caldas, o professor emérito da Universidade da Califórnia, em Davis (EUA), Roberto Sainz o representante da Wageningen University, Paul Geurts e o educador, Claudio Moura Castro.
Mais um sonho possível: erguer a maior floresta plantada do planeta
Todos os seis biomas brasileiros sofreram – e ainda sofrem – uma forte pressão sobre suas coberturas vegetais nativas. Sendo assim, um projeto piloto tem sido desenvolvido com foco em regenerar áreas desmatadas, recuperar áreas de proteção permanente e favorecer direta e indiretamente os sistemas agroflorestais e a qualidade de vida das populações envolvidas.
Durante o debate, que reuniu o professor e produtor rural, Evando Neiva, da Plantaforma do Campo; a presidente da Fundação Pitágoras e presidente da Plantaforma no Campo e o diretor-presidente do EMATER-MG, Otávio Maia, foram discutidos os caminhos para o sucesso do projeto, que passa por uma rede de apoio entre pessoas, governo e organizações, além da necessidade de uma forte atuação junto ao sistema educacional.
A importância da preservação da biodiversidade brasileira
O debate sobre a importância da preservação da biodiversidade brasileira contou com a moderadora do painel e pesquisadora do CENERGEM (Embrapa) e Conselheira do Fórum do Futuro, Eliana Fontes e o professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e ex-secretário da Biodiversidade no Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias.
Foram destacados como a agricultura brasileira é poderosa em todos os contextos, mas tem fraquezas que talvez no futuro impeçam o país de ter os mercados que têm hoje ou que realmente tenha condições ambientais de produzir como produz hoje, devido ao uso excessivo dos recursos naturais.
“Na medida que nós discutimos estratégias para o futuro desse setor e a produção de alimentos e o papel do Brasil no cenário internacional, é importante também se valorizar o país como o mais rico em biodiversidade do mundo e o que mais a conserva, apesar de sermos ainda o campeão mundial de desmatamento”.
Solos e Descarbonização
A degradação dos solos, que impacta a qualidade final dos alimentos e favorece a emissão de gases de efeito estufa, foi o tema desenvolvido no painel que marcou o encerramento do Seminário Internacional Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento, promovido pelo Instituto Fórum do Futuro.
Os debatedores discutiram os desafios para reduzir as emissões na produção e apresentaram alternativas para diminuir o sequestro de carbono realizado pelo solo, que variam entre eletrificação do maquinário agrícola e manejo das pastagens forrageiras em sistemas pecuários.
O painel contou com a participação da engenheira agrônoma, Fátima Moreira, e dos pesquisadores, Alexandre Ulhmann, Pedro Sanchez e Miguel Ayarza.
Projeto Biomas Tropicais
O Projeto Biomas Tropicais é coordenado pelo Instituto Fórum do Futuro, presidido pelo Professor Alysson Paolinelli, e conta no seu núcleo central com a parceria de instituições como o CNPq, a Embrapa, a Universidade de São Paulo (ESALQ), as Universidades Federais de Lavras e Viçosa, o Centro de Gestão de Estudos estratégicos, o SEBRAE e a FGV-Agro, além de inúmeras instituições regionais em cada um dos biomas estudados. A experiência deve desenvolver alternativas para a integração da ciência, energia, natureza e alimentos, criando uma sinergia entre essas áreas e dando grande ênfase a ações sustentáveis.
A concepção do Projeto Biomas começou há oito anos e a implantação teve início em meados de 2019, no Polo Demonstrativo dos Cerrados, em Rio Verde (GO). Agora estão sendo iniciados os trabalhos na Amazônia e na Caatinga.
Mais informações em https://www.forumdofuturo.org/?projeto=biomas-tropicais.
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