São Paulo, SP 1/2/2021 – “É um degrau decisor na vida desses jovens, que deixam de serem catadores de bola para seguirem o caminho natural de crescimento profissional”, Fabiana Freitas.
Apesar das dificuldades enfrentadas em 2020, o Instituto Primeiro Serviço inicia 2021 com motivos para celebrar. A ONG, que tem como propósito ampliar a maneira de pensar e trabalhar a mobilidade social através do tênis, criando oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade social, comemora seu primeiro ano de vida com dez alunos ingressando no mercado de trabalho como auxiliar de professores de Tênis e perspectivas de contratação como professores. “É um degrau importante na vida desses jovens, que deixam de serem catadores de bola em academias ou clubes para agora seguirem o caminho natural de crescimento profissional”, afirma Fabiana Freitas, fundadora do Instituto.
“Durante seis anos fui pegador de bola. Um trabalho digno e que me ensinou valores importantes de vida e que me fez entrar para o Tênis. O amor por este esporte era tão grande que quis seguir carreira no esporte. Coloquei um objetivo, me tornar um professor de tênis. Mas como pegador o caminho estava estreito e via as oportunidades diminuindo. Sabia que para seguir esse sonho teria que dar um passo a mais. Então, surgiu a oportunidade de entrar no Instituto Primeiro Serviço. Tudo que eu sonhava encontrei neste projeto, onde venho aperfeiçoando a Língua Portuguesa, minha comunicação e minha parte técnica e tática no tênis. Tive o privilégio de aprender biomecânica de uma forma prática e uma formação completa para ser professor de Tênis”, conta Kleber Pereira.
Outra novidade deste primeiro ano do projeto é a parceria com a Universidade de Santo Amaro (UNISA), se tornando um grande apoio aos jovens. A partir de 2021, os alunos poderão usufruir dos núcleos que a instituição de ensino possui, como o hospital, fisioterapia e consulta com nutricionistas e odontológico. Além disso, o Instituto terá à disposição 10 bolsas e ajuda financeira para lanches dos atletas e uniformes.
“Queremos ver cada vez mais nossos alunos evoluindo e ingressando na vida adulta com mais conhecimento e oportunidades. Ver a felicidade do Kleber, Davi e Lucas, por exemplo, conseguindo empregos importantes para a carreira, é o que nos motiva a seguir em frente. Estamos preparados e ansiosos com as possibilidades que encontraremos em 2021”, comenta Fabiana.
O Instituto Primeiro Serviço foi fundado no final de 2019 pela educadora Fabiana Freitas, em São Paulo, com o objetivo de ampliar a maneira de pensar e trabalhar a mobilidade social através do tênis. O encantamento do jovem carente com o esporte é fundamental, mas a transformação dessa paixão em profissão também depende de uma formação como atleta, cidadão e estudante universitário. É essa lacuna que o Instituto Primeiro Serviço ajuda a preencher.
O que os alunos encontram no Instituto Primeiro Serviço? Além das aulas de tênis, ministradas por treinadores de ponta, como Renato Messias, e palestras de ídolos do esporte, como Fernando Meligeni, o instituto oferece aulas de arbitragem (com a colaboração do supervisor da ATP, Ricardo Reis), português, inglês, educação financeira, preparação física, cesta básica para a família, vale-transporte, preparação e orientações para o Enem e apoio no pagamento da mensalidade da universidade para os que cursam. O projeto atualmente atende cerca de 40 jovens, entre 12 e 24 anos, a maioria da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, podendo ampliar a quantidade de alunos a cada ano.
Driblando 2020 – Afim de oferecer a melhor qualidade de educação para os alunos, durante o ano de 2020 para driblar as lacunas trazidas pelo isolamento social na pandemia, o Instituto criou uma plataforma online para que os jovens continuassem com as atividades programadas e mantendo a interação com os professores e palestrantes. No Lab da Vida, os alunos do Instituto Primeiro Serviço discutem situações reais, como racismo, por exemplo, e conversam com atletas, treinadores e especialistas de várias áreas ligadas ao esporte para se inspirarem e se sentirem mais próximos desses lugares de sucesso. Além disso, a equipe de gestores e treinadores se aproximou das famílias dos alunos, já que é essencial entender que esses jovens carentes não são um grupo homogêneo, mas sim pessoas, com suas individualidades e demandas específicas. Uma psicóloga também faz o acompanhamento dos alunos para que eles lidem melhor com suas dificuldades e ansiedades, aumentadas durante, por exemplo, o momento de isolamento social.
O instituto também contará com um aplicativo que vai ajudar os professores a planejarem suas aulas e treinos e a monitorarem o desenvolvimento dos alunos. Quando as atividades em quadra retornarem, seguindo todos protocolos de segurança, as aulas voltarão a ser lecionadas na academia do Instituto.
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