As crianças, de um modo geral, têm um alto poder de absorção de qualquer tipo de conteúdo. Por meio de diversas técnicas, as marcas conseguem exercer um poder de influência muito grande em cima delas para que possam incentivar os pais a comprarem os brinquedos. Por isso, as companhias têm uma responsabilidade gigantesca diante desse público.
Porém, muitas empresas acabam perdendo a mão em suas ações publicitárias e comentem alguns excessos. Mas por que a responsabilidade é das marcas e não somente dos pais? Estamos falando das crianças, um público extremamente sensível a qualquer tipo de técnica de marketing que possa ser utilizado dentro dos parâmetros de um comercial de TV ou na internet.
O público infantil absorve com muita facilidade todos os tipos de influências direcionadas. Mesmo as campanhas, que não possuem um bom comercial ou técnica apurada de publicidade, conseguem converter a venda, utilizando-se de uma comunicação lúdica e aspiracional, aproveitando personagens para gerar empatia e elevar sua credibilidade.
A publicidade, por meio da influência, visa mostrar que a felicidade pode ser alcançada para o público infantil através do consumo. Dessa forma, as crianças falam para os pais sobre a necessidade de ter tal produto. Eles, por sua vez, acabam satisfazendo o desejo para a alegria dos filhos.
A regulamentação da publicidade infantil ainda é muito delicada no Brasil. Existe um projeto de lei mais rigoroso e voltado para a proteção da criança durante a exposição de alguma marca. Porém, ainda não foi aprovado. Enquanto isso, observamos alguns efeitos colaterais, como, por exemplo, o alto índice de consumo de alimentos ditos como não saudáveis.
Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças no Brasil estão com sobrepeso. Além disso, o segmento de brinquedos para crianças só cresce, segundo os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Claramente isso são reflexos do poder persuasão.
Para que as marcas respeitem a ética, é preciso, primeiro, assumir sua responsabilidade no processo de influência das crianças. Segundo, é fundamental que as empresas sejam claras. Ou seja, elas devem encarar do ponto de vista educacional, mostrando os benefícios e os malefícios desses produtos.
Não quer dizer que é preciso fazer uma campanha socioeducativa. E, sim, ser mais transparente. Por exemplo, pode avisar que a criança não deve beber determinada bebida todo dia, pois pode fazer mal para a saúde. Isso vai mostrar que aquele produto em alto consumo pode gerar efeitos negativos.
Portanto, é essencial que as marcas assumam sua responsabilidade diante do público infantil. Afinal, a construção da personalidade está sendo construída nesse momento. Também que elas possam ser mais éticas dentro do processo de venda seguindo bons valores para sociedade e em todos os processos que são cada vez mais pautados dentro do ambiente familiar.
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Por Dario Perez. Professor acadêmico, empreendedor e sócio da Planeja Consultoria. Formado em propaganda e marketing pela Veiga de Almeida, pós-graduado no MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, pós-graduado em marketing pela Ibmec, curso de especialização executiva em gestão de produto pela University of California – Berkeley, mestre em administração pela Universidad Nacional de Misiones (AR).
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