Qual o legado da Olimpíada para a imprensa brasileira?

Legado olímpico. Tema em discussão em editorias de política, economia e cotidiano de emissoras, jornais e sites nacionais e internacionais desde que o Rio de Janeiro foi escolhido como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Com o fim do megaevento esportivo neste domingo, 21, o assunto segue em evidência, com veículos de comunicação discutindo o que será aproveitado – em termos estruturais e de formação de atletas – pela capital fluminense e por todo o Brasil daqui para frente.
O legado da Olimpíada Rio 2016 pode ir além de razões socioeconômicas e desportivas e servir como base para o trabalho da mídia nacional em geral. Com base nos destaques da cobertura dos primeiros Jogos Olímpicos realizados na América do Sul, o Portal Comunique-se define três pontos que ficam como exemplos a serem permanentemente seguidos pela imprensa brasileira. Na lista, casos que mostram a boa sintonia do jornalismo esportivo com a descontração e que modalidades além do futebol conquistam o público.

Confira, abaixo, o que fica de legado olímpico para a imprensa (na visão da edição do Portal Comunique-se):

Novas tecnologias aliadas à informação

A Globo mostrou, sobretudo durante o programa ‘Balada Olímpica’, que a realidade aumentada não se resume ao game Pokémon Go. A emissora fez uso do recurso para explicar, por exemplo, as razões físicas que fazem o jamaicano Usain Bolt ser o homem mais veloz do mundo.  Tecnologia que, com o fim da Rio 2016, deve ser inserida no dia a dia dos noticiários da casa e da cobertura esportiva. Na televisão por assinatura, Fox Sports e SporTV foram atrás de outra realidade, a virtual. Por meio de aplicativos, os dois canais mostraram todos os ângulos das disputas, o que gerou experiências para o acompanhamento de futuros eventos.

Cobertura esportiva (não somente futebolística)

Domingo à tarde e um país paralisado para acompanhar o Brasil conquistar no vôlei masculino sua sétima medalha de ouro na Rio 2016. A vitória da seleção de Serginho, Wallace, Lipe, Bruninho e do técnico Bernardinho serve para mostrar que o público brasileiro aprova que mais modalidades (não apenas o futebol) ocupem espaços nobres nas grades de TVs e rádios. A alegria geral pelas medalhas na ginástica artística e a tristeza pelas derrotas no futebol e vôlei feminino ajudam a comprovar que a cobertura de outros esportes merece ser valorizada pela imprensa – não apenas durante as semanas dos Jogos Olímpicos.

Jornalismo com descontração

“Aserehe ra de re, de hebe tu de hebere Seibiunouba mahabi, an de bugui an de buididipi”. Os versos da canção do grupo Rouge ecoados por Rômulo Mendonça, narrador da ESPN “possuído pelo ritmo ragatanga” durante a transmissão do jogo da seleção brasileira feminina de vôlei contra o Japão, foi o ponto alto para deixar claro: o humor bem feito e a descontração natural podem caminhar juntos com o jornalismo – no esportivo e, quem sabe, no chamado hard news. A postura do comunicador “mensageiro do caos”, já conhecida pelos “fãs de esporte” que acompanham futebol americano e beisebol, viralizou nas redes e tem tudo para dar o tom a ser seguido por colegas e aproximar cada vez mais os profissionais da imprensa do público.
 

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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