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R.I.P Rádio

Somando BH, SP e RJ Foram demitidos pelo SGR aproximadamente 70 profissionais. Assustado? Então veja esses números: em 2016 a lista passa fácil de 100 pessoas. Não tenho os números certos das outras empresas das Organizações Globo, mas com certeza o número de demissões não chega a 15%.
Se somar as demissões feitas pelos grandes grupos de comunicação de rádio em BH, SP, RJ e RS, o número sobe para 250 profissionais na rua. Por isso afirmo que não é só a crise que assola o país, mas a falta de gestores competentes e preparados influencia sim no aumento significativo desses números, se compararmos com as demissões em anos anteriores.
“Ah, mas o Rádio está falido Cheni!”. Ok, posso até concordar em partes, mas colocar uma tabela de venda com preços parecidos da TV ou semelhantes do FM é certo? Investir em reformas caríssimas, absurdas e desnecessárias em estúdio ou no prédio alugado durante esses anos de crise, precisava? Qual o motivo de não ter uma auditoria nesse período?  Pagar milhões para tirar profissional de outra emissora em tempos de crise é uma medida certa? Investir em tecnologia e não saber usá-la, afastando o ouvinte de plataformas digitais mais fáceis do que impor aplicativos próprios é certo?
Administrar uma empresa com responsabilidade e coerência é para poucos. Não basta  ter MBA, se o CEO é poliglota e nunca falou na latinha ou muito menos sabe como funciona o rádio. Exemplo de boa gestão é da TV. Mas a rádio não é a mesma empresa? No Rio de Janeiro a Globo está no FM assim como a Tupi que é líder e está bem pior que a Globo. Além disso, a “Super” Tupi virou modelo de como acabar com uma história de uma empresa/rádio. Isso sem contar que a Tupi demite, não paga e quem opta em permanecer em sua maioria está sem receber há meses.
Gestões passadas desastrosas, assim como as atuais são apadrinhadas por caciques políticos ou gestores patronais ao extremo, que não se importam há anos com a qualidade do conteúdo e do profissional recém formado, que não tem em quem se espelhar dentro das redações, pois os mais experientes  já saíram e o chefe que é esportista tem ótimo relacionamento com o dono, mas não entende “bulhufas de rádio” e isso pouco importa nesse momento.
Esses são alguns motivos que revoltam os profissionais da Tupi e quem gosta do verdadeiro rádio que não existe mais, por isso a greve que se discute por lá é mais que necessária. Demitem e aumentam a carga horária de toda uma redação, parte técnica etc. E os Sindicatos fazem o que?

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Anderson Cheni

Jornalista e radialista. Locutor oficial do Allianz Parque desde janeiro de 2022. Editor do blog Cheni no Campo, página que está no ar há mais de 10 anos. Apresentador da RIT TV e narrador esportivo do Portal Terra e da Enterplay TV. Proprietário da Cheni no Campo, empresa especializada em locução, narração esportiva e producão de eventos corporativos. Com mais de 20 anos de atuação na cobertura esportiva, soma passagens por emissoras de rádio de Mato Grosso e Capivari (SP). Em São Paulo, trabalhou nas rádios Record, Capital, Globo e CBN e nas TVs Sky e Rede Brasil.

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