A telemedicina foi regulamentada em maio deste ano no Brasil pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A Resolução nº 2.314/2022 define e regulamenta a prática no país como forma de serviços médicos mediados por tecnologias e comunicação. Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, especialmente durante a pandemia, esse método demonstrou sua grande capacidade de levar assistência às cidades do interior e beneficiar também os grandes centros.
De acordo com uma pesquisa da APM (Associação Paulista de Medicina) realizada em parceria com a AMB (Associação Médica Brasileira), metade dos profissionais brasileiros já aderiram à telemedicina.
O estudo indicou que 32,1% dos médicos participantes afirmaram realizar teleconsulta com seus pacientes, 25,5%, fazem teleorientação; 9,7%, telemonitoramento; e 4%, teleinterconsulta – 6,2% indicaram praticar todas as opções anteriores. No que diz respeito à receptividade dos pacientes, o estudo também traz índices positivos: 64,3% dos pacientes disseram gostar da modalidade, ao passo que apenas 1,3% indicaram resistência em relação à novidade.
Para o Dr. Filipe Fontes, médico responsável técnico da Clínica FGH, a crise sanitária e o consequente isolamento social foi um “gatilho” para que o CFM avançasse na pauta da telemedicina, “visto que as pessoas estavam impedidas de saírem de casa”.
Desta forma, a prática foi autorizada de maneira emergencial para permitir que estas pessoas em isolamento social “pudessem se consultar com seus médicos, seja para renovar receitas ou para realizar terapias on-line, coisas que antes não eram permitidas pelas normas do CFM”. Dessa maneira, conclui, as receitas digitais se tornaram populares e aceitas em farmácias.
A regulamentação da telemedicina, além disso, de acordo com o Dr. Fontes, ajuda a padronizar o que pode e o que não pode ser feito neste tipo de serviço, servindo de respaldo tanto para os médicos quanto para os pacientes. “O uso de plataformas de atendimento que seguem as leis de proteção de dados, por exemplo, garante a privacidade e protege o paciente de golpes de falsos médicos”, pontua.
Dentro deste contexto, cabe pontuar que o surgimento das healthtechs, como são chamadas as startups da área de saúde, ajudaram a impulsionar a saúde suplementar no Brasil – entre 2021 e 2022, o setor cresceu 3,5%, de acordo com dados da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar). Além disso, segundo a plataforma de inovação aberta Distrito, que monitora cerca de 15 mil startups no Brasil, foram mapeadas 1.023 healthtechs até meados de 2022.
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