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Relação prejudicial entre cigarro e câncer não se limita ao pulmão

Dentre os fatores de risco para desenvolvimento de câncer, o hábito de fumar é um dos mais graves. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o tabagismo seja responsável pela morte de 6 milhões de pessoas diagnosticadas com câncer a cada ano. Dados comprovam ainda que o tabaco é causador direto de outras males como infarto, AVC, problemas cardiovasculares, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), úlcera gastrintestinal, entre outras. O cigarro chega a mais de 4 mil substâncias reconhecidamente prejudiciais à saúde e mais de 50 com potencial cancerígeno e, segundo a OMS, caso a população mundial deixasse de fumar, mais de um terço de todos os casos da doença seriam evitados.

A relação entre tabaco e câncer é mais prevalente quando se trata de neoplasia maligna no pulmão, isso porque, o tabagismo é responsável direto por cerca de 90% das manifestações cancerígenas pulmonares. Vale pontuar, entretanto, que o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, alerta à sociedade que o cuidado contra os danos causados pelo tabaco precisa ser mais amplo.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que o consumo de cigarro pode contribuir para o desenvolvimento de câncer na bexiga; no pâncreas; no colo do útero; no esôfago; no estômago, além de outras regiões do corpo, sendo o principal vilão para tumores da região de cabeça e pescoço, como boca, laringe e garganta, por exemplo. “De acordo com a OMS, são mais 1,5 milhões de novos casos e 460 mil mortes anuais de neoplasias malignas nessas regiões do corpo”, pontua Caio Guimarães, médico oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB).

O especialista faz um alerta: não existe consumo seguro de tabaco. “As mais de 50 substâncias tóxicas com potencial cancerígeno provocam mutações celulares muitas vezes permanentes. Esse processo agressivo e cumulativo excede a capacidade do organismo de reparar a célula, que passa a se multiplicar de maneira desordenada, desenvolvendo tumores”, explica Caio.

“É comum que o fumante tenha convivido muitos anos com rouquidão, falta de ar, asma e outros sinais. Com isso, ele não associa a evolução desse quadro com o possível desenvolvimento de um câncer. Daí a importância do acompanhamento médico periódico para prevenção de quaisquer neoplasias malignas. No ICB, temos tratamentos disponíveis para diversas manifestações cancerígenas e realizamos o acompanhamento com a nossa equipe multidisciplinar que acolhe o paciente nos vários aspectos e demandas que o mal oferece”, alerta.

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