A revista impressa permanece no jogo

Ao contrário do que muitos podem pensar, o investimento na produção de revistas impressas ainda é uma realidade em diversas entidades ao redor do mundo.  A verdade é que o formato segue sendo uma opção de mídia e está ainda mais segmentado e priorizando conteúdos com profundidade.

Um artigo de Clair McDermott, publicado na página do Institute Content Marketing (CMI), mostra alguns exemplos de periódicos produzidos e revela que 1/3 das empresas investem na mídia tradicional e a consideram como essencial, ficando atrás apenas do email e LinkedIn (para B2B) e Facebook (para B2C).

Na revista Think Money, por exemplo, a exigência do seu público alvo, composto por investidores, fez que com a produção se detivesse aos detalhes. Dominar a escrita e o ramo dos negócios não basta para atuar no periódico, para manter o padrão necessário, é preciso que escritores e editores também sejam ativos no mercado de investimentos.

Um dos ícones do motociclismo, a Harley Davidson também investe em sua revista. Com uma edição direcionada ao setor, com avaliação de equipamentos e sugestões de roteiros de viagens, a HOG Maganize, em 2016, foi premiada por seu design pela Content Marketing Awards.

O que fica claro nos diversos exemplos, é que a revista pode ser incorporada aos planejamentos estratégicos de comunicação de diversas formas. Por ser versátil, essa mídia tradicional pode tanto ser eficaz para substituir um relatório anual, como faz a Columbia Basin Trust ou como ferramenta de endomarketing, assim como o Walmart World faz para se comunicar com aproximadamente 1,3 milhões de colaboradores.

Se o investimento na produção impressa retomará o seu ciclo de crescimento, somente o tempo irá revelar. No entanto, em função da mudança de algoritmos do Facebook, que restringe a visualização de postagens de forma orgânica, não é de duvidar que haja mais investimentos em uma mídia tão flexível e bastante segmentada como é a revista. De acordo como uma pesquisa do CMI, essa redução de visualização no FB pode fazer com que as empresas se foquem na produção de conteúdo para sites, deixando o investimento nas redes sociais para alavancar audiência. É uma alternativa.

Enfim, o contexto nos mostra que a revista ainda tem sua importância na gestão estratégica, se bem construída e planejada. Ainda permanece no jogo, sim. Lógico, que em consonância com outras ferramentas de comunicação, para outros objetivos. O essencial é não descartar nenhuma mídia, seja ela tradicional ou atual. Uma gestão eficiente saberá harmonizar todas elas, com certeza.

Graziele Corrêa. Jornalista.

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