O salário emocional, conceito que nos últimos tempos ganhou força nas organizações, pode ser definido como um conjunto de recompensas não financeiras, cujo propósito é aumentar a satisfação e motivação dos trabalhadores por intermédio de boas práticas corporativas, que incluem: clima organizacional saudável, com senso de pertencimento e autonomia; desenvolvimento de ações de bem-estar emocional; criação de oportunidades de crescimento pessoal e profissional; entre outros elementos, que podem variar de acordo com cada empresa.
Apesar das vantagens que esse conjunto de recompensas pode proporcionar ao desempenho dos colaboradores, uma boa parcela dos profissionais ainda não desfruta desses recursos. De acordo com um recente levantamento promovido pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, que reuniu 438 profissionais de Administração registrados, 53% dos respondentes disseram que as empresas onde trabalham não oferecem benefícios voltados ao bem-estar e à qualidade de vida e 7,3% não tinham certeza sobre isso.
O estudo, realizado entre os dias 8 e 21 de novembro de 2023, ainda revelou que, embora 48,6% dos respondentes considerem o salário emocional um diferencial para as organizações que os oferecem, há um percentual considerável que ainda desconhece o tema. O levantamento mostrou que 22,6% dos profissionais acham o conceito muito vago, enquanto 11,2% afirmam não ter uma opinião sobre este tipo de salário.
Na segmentação dos resultados, tendo como base o nível hierárquico dos entrevistados, os profissionais autônomos são os que mais consideram o termo salário emocional como algo ainda muito vago (34%), seguidos por aqueles que se declararam desempregados (23,7%); pelos donos do próprio negócio (22,7%), pelos profissionais que ocupam um cargo de liderança (22%) e, por último, por aqueles que têm um cargo operacional (17,5%).
Benefício diferenciado
Entre os profissionais que mais acreditam que os benefícios que compõem o chamado salário emocional são um diferencial para as organizações, estão os respondentes que atuam em cargos operacionais (58,3% deles), seguidos dos que ocupam um cargo de liderança (50,3%) e dos donos do próprio negócio (46,6%).
O levantamento apurou, ainda, que os profissionais de Administração que atuam no modelo híbrido são os que mais consideram o salário emocional como um diferencial. Em seguida estão os colaboradores que trabalham na modalidade presencial e, por último, os que fazem uma jornada 100% home office.
Para o administrador Alberto Whitaker, presidente do CRA-SP, as organizações que investem em benefícios que compõem o chamado salário emocional certamente saem na frente no quesito preocupação com os colaboradores, mas recomenda cautela na hora de divulgar essas ações. “É preciso entender que esse tipo de benefício é muito importante hoje e deve fazer parte do pacote mantido pelas empresas, mas não se pode achar que, ao oferecer um clima organizacional sadio (algo que também deve ser uma premissa básica), a remuneração dos profissionais, por exemplo, pode ficar em segundo plano. O que faz uma empresa se diferenciar das outras é o olhar cuidadoso sobre todos os aspectos da vaga e do seu respectivo profissional, e não só a promoção de uma questão isolada”, orienta.
O levantamento do CRA-SP faz parte de um projeto institucional do Conselho que visa entender melhor a percepção dos profissionais de Administração sobre temas em evidência no mercado de trabalho. O resultado deste e de outros estudos estão disponíveis na íntegra no site do Conselho.
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