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Seis filmes para aprender sobre Hiroshima e Nagasaki

Curitiba, PR 2/9/2020 –

Às 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945, o mundo testemunhou um dos momentos mais sombrios e decisivos do século XX. Um clarão cobriu a cidade de Hiroshima, no Japão, levando a vida de milhares de pessoas, imediatamente. Três dias depois, outro bombardeiro despejou uma bomba ainda mais forte sobre a cidade de Nagasaki.

Passados exatos setenta e cinco anos, mais sete países tornaram-se nuclearmente armados: Rússia, Inglaterra, França, China, Israel, Índia e Paquistão, somando mais de 20 mil ogivas, a maior parte delas dezenas de vezes mais poderosas do que as bombas que explodiram no Japão e um número incerto, cem vezes mais potente.

Segundo o diretor geral do Colégio Positivo, Celso Hartmann, “é importante manter viva a lembrança dessa tragédia na mente dos que a conhecem e apresentar aos jovens um fato histórico cuja probabilidade de não se repetir no futuro depende fundamentalmente das novas gerações”. Professores de História indicam a seguir seis opções de filmes para assistir durante a quarentena e aprender um pouco mais sobre o episódio que mudou os rumos da Segunda Guerra Mundial.

Gen, Pés Descalços (1983)

A animação japonesa é adaptada da história em quadrinhos que leva o mesmo nome, publicada em 1973 por Keiji Nakazawa. Trata-se de uma obra autobiográfica que conta a história de Gen Nakaoka, um garoto de 7 anos de idade. O filme relata como o garoto, seu pai, mãe (que estava grávida) e irmãos, viviam durante a Segunda Guerra Mundial na cidade japonesa de Hiroshima. “Os personagens são constantemente aterrorizados pela fome, pois grande parte de seus ganhos tinha que ir para o Estado, e também devido à escassez gerada pelos ataques aéreos americanos. O pai de Gen é agricultor e artesão de chinelos. No seu discurso contra a guerra, ele criticava os loucos do governo que os colocaram nesta situação e, mesmo sendo massacrados pelos aliados, não se rendiam”, conta o professor de História do colégio Semeador, de Foz do Iguaçu (PR), Matheus Eugenio Lima. “A animação demonstra o momento quando o avião solitário norte-americano que sobrevoava Hiroshima no dia 6 de agosto e lança a terrível bomba atômica. E, depois disso, a vida de Gen e sua mãe, únicos sobreviventes do bombardeio, tentando sobreviver em um Japão arruinado pela guerra”, relata Lima.

Hiroshima: o Dia Seguinte (2011)

A dica da professora de História do Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR), Danielle Estevão, é o documentário da Natgeo que apresenta as primeiras 24 horas após o ataque de Hiroshima, a partir da visão de uma equipe de cientistas americanos e militares, que avaliam a extensão dos estragos da bomba, e dos relatos dos sobreviventes.

O Túmulo dos Vagalumes (Hotaru no Haka, 1988)

O filme autobiográfico de Akiyuki Nosaka se passa na cidade de Kobe, no Japão. “Apesar de sair do foco Hiroshima e Nagasaki, ele traz a realidade dos japoneses durante os anos finais da II Guerra Mundial, quando o Japão sofreu com bastantes bombardeios incendiários”, afirma o professor de História do Colégio Positivo – Joinville (SC), Guilherme José Moraes. Com a cidade em chamas, os irmãos Setsuko (4 anos) e Seita Akiyuki (14 anos) se desdobram o máximo possível para sobreviver em meio à guerra. “O filme traz um olhar além dos combatentes, repassa o cotidiano dos cidadãos japoneses em meio à destruição e ao caos, trazendo assim ao espectador uma noção mais próxima da realidade dos traumas de quem vivenciou a II Guerra Mundial”, ressalta Moraes. Esse anime é considerado uma obra prima do Studio Ghibli (considerado a melhor produtora de filmes japoneses). O filme está disponível no YouTube, em versão legendada e dublada.

Rapsódia em agosto (Hachi-gatsu no rapusodî, 1991)

Uma mulher idosa mora em Nagasaki, no Japão, e está tomando conta dos seus quatro netos durante as férias. Lá, eles aprendem sobre a bomba atômica que atingiu o local em 1945 e como o fato acabou matando o avô deles. Trata-se de um conto de três gerações: a que sofreu as consequências em uma ponta e a que não mais se lembra da magnitude do ocorrido na outra. “O enredo é cheio de simbolismo e analogias aos bombardeamentos e sofrimentos posteriores das pessoas afetadas”, conta o professor de História do Colégio Positivo, em Curitiba (PR), André Marcos.

Corações Sujos (2012)

O tratado de rendição assinado pelo imperador japonês Hirohito ao general americano Douglas MacArthur marcou o fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, no Brasil, o anúncio não marcou o fim do período de violência. Os imigrantes japoneses que viviam no interior do estado de São Paulo, formando a maior colônia do país fora do Japão, dividiram-se em dois grupos: os que acreditavam na notícia eram chamados de traidores da pátria, apelidados de “corações sujos”, e perseguidos por aqueles que endeusavam o imperador e ainda acreditavam na vitória do Japão. “É um filme brasileiro sobre intolerância, fundamentalismo, racismo, baseado no livro de Fernando Morais e baseado em fatos reais”, conta o professor de História do Colégio Positivo – Master, de Ponta Grossa (PR), Jakson Carlos.

Luz Branca/Chuva Negra: a Destruição de Hiroshima e Nagasaki (2007)

O vídeo produzido pela HBO parte da memória de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, mesclando com vídeos da época, que explicam a situação do Japão. Aborda também a indiferença dos jovens japoneses com o que aconteceu em 1945. “As cenas de destruição são reais e impactantes. Talvez mais impactante ainda seja o discurso do então presidente dos EUA, Harry Truman, no qual ele explica a existência da bomba, a destruição de tudo o que o Japão pudesse ter em termos bélicos e sua frieza ao anunciar que a bomba aumentou em muito o poder de destruição dos Estados Unidos”, conta a professora de História do Colégio Positivo, em Curitiba (PR), Tereza Cristina Gambus Faria. Segundo ela, o enredo, baseado em memórias de pessoas reais, deixa o filme ainda mais impactante.

Website: https://colegiopositivo.com.br/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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