De acordo com o estudo “Implementing Precision Medicine in Best Practices of Chronic Airway Diseases”, da Academic Press, na era da medicina de precisão, o ambiente físico onde está inserido o paciente tem de contribuir para a redução de riscos, do estresse e o aumento da esperança. O estudo revela que a qualidade do ar, a temperatura, a ausência de bolor, limpeza, iluminação natural ou artificial, contato com a natureza, uso de cores com impacto positivo e até mesmo a inteligência do layout, são elementos que influem na reconquista da saúde de pacientes hospitalares e na preservação da qualidade de vida dos profissionais de saúde.
Já, segundo a pesquisa “Smart hospital market value to reach $59 billion globally by 2026, as us and china lead growth”, da Juniper Research de janeiro de 2022, a medicina de precisão está intimamente ligada à bandeira dos Smart Hospitals – o relatório aponta que o mercado de Smart Hospitals valerá US$ 59 bilhões até 2026 e que a meta da bandeira Smart Hospitals é alinhar o foco no paciente com uma máquina viva – o hospital inteligente – configurada sob medida para as demandas de cada paciente.
Luis Arís, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler LATAM, explica que para alcançar o objetivo da bandeira Smart Hospitals, além de investir na sensorização e inteligência dos edifícios hospitalares, é necessário, implementar a cultura da medicina de precisão que tem como foco o paciente e a sua melhor UX (User Experience) dentro do hospital. Segundo Arís, de acordo com os dados encontrados no estudo “Implementing Precision Medicine in Best Practices of Chronic Airway Diseases”, a estratégia para isso baseia-se em quatro “Ps”: Preditiva – uma visão antecipada sobre os riscos de saúde do paciente -, Preventiva, indicando que ações adotar para evitar o problema de saúde, Personalizada – a capacidade de chegar aos detalhes do prontuário de saúde da pessoa – e, finalmente, Participatória. Nesse caso, trata-se de entregar ao paciente o controle sobre seus dados, para que a própria pessoa se engaje na melhora de sua condição física. “Aliada ao controle centralizado da TI, o foco na experiência do paciente é um dos trunfos do hospital inteligente”, enfatiza Arís.
O executivo conta que graças às maiores velocidades de conexão proporcionadas pela tecnologia 5G, aliadas a sensores IoMT (Internet of Medical Things) na captação, no armazenamento e na análise dos dados dentro de hospitais e edifícios hospitalares já é possível obter diagnósticos cada vez mais rápidos e precisos e, até mesmo realizar cirurgias remotas. “Uma prova disso está na reportagem do jornal Valor Econômico, publicada no início deste ano, revelando que no Brasil, um hospital realizou uma POC (Prova de Conceito) de uma telecirurgia. O teste acusou índices de latência entre 10 e 15 milissegundos e se esse experimento fosse feito com a rede 4G, a latência ficaria na faixa de minutos, inviabilizando uma aplicação crítica como cirurgias remotas”, relata Arís, da Paessler.
Arís explica que, apesar de nem sempre os edifícios que sediam os hospitais brasileiros serem projetados ou renovados pensando na saúde desses prédios, no Brasil, há hospitais reconhecidos internacionalmente. O executivo conta que na edição de 2021 do ranking da revista norte-americana Newsweek dos melhores hospitais do Brasil, destacam-se centros localizados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. “Para entrar nesse ranking, os hospitais apresentaram uma excelente performance em diversos quesitos relacionados ao cuidado com o paciente. São instituições brasileiras que caminham em direção ao modelo do hospital inteligente”, afirma Luis.
O porta-voz da Paessler, conta que para que os hospitais brasileiros alcancem a bandeira de smart hospitals, parte da jornada é repensar a saúde do edifício. “Esse ponto é visto pelas entidades certificadoras do setor hospitalar como um elemento crítico na promoção do bem-estar de pacientes e da equipe de saúde. Os rankings dos melhores hospitais medem pontos como infecções pulmonares relacionadas a problemas respiratórios que podem ser causadas por falhas na ventilação do ambiente”, ressalta Arís.
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