As empresas de diferentes setores estão constantemente em busca de estratégias inovadoras para reduzir o churn (taxa de perda de clientes) e, ao mesmo tempo, impulsionar o lucro e fidelização de clientes. Quando se trata de provedores de internet, a busca por essas estratégias pode se tornar mais importante, devido ao volume de consumidores ativos. De acordo com estatísticas do IBGE, em 2021 a internet já era acessível a 90% dos lares brasileiros. Outro índice, também apontado pela pesquisa, é que houve um aumento de utilização de banda larga fixa de 78,0% para 83,5% (comparativo de 2019 a 2021).
Cada vez mais o mundo está conectado e, com isso, a qualidade do serviço de conexão se tornou um dos fatores principais quando se trata da satisfação dos clientes. Problemas como instabilidade, velocidade insatisfatória e atendimento ineficiente são algumas queixas que podem se tornar motivos para a migração dos consumidores para outras empresas. A última Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida 2022, publicada pela Anatel, constatou que os consumidores de banda larga fixa são os menos satisfeitos, em relação aos demais serviços, com um índice de satisfação geral, na média nacional, de 7,07.
Diante do cenário, startups têm se especializado em serviços e soluções para aprimorar a experiência dos usuários, para além da utilização do serviço de internet. Essa estratégia, conhecida como Serviço de Valor Agregado (SVA), pode ser direcionada para diferentes tipos de benefícios, tais como entretenimento, saúde e bem-estar etc. Além de ter potencial de melhorar o relacionamento com o cliente, existem incentivos fiscais, oferecidos pelos governos e órgãos reguladores, para empresas que investem nas estratégias SVAs.
Segundo Tayronne Medeiro, CEO da Bit Health, startup atuante no segmento SVA, oferecer recursos práticos traz mais satisfação, reduz o índice de abandono e pode atrair novos usuários. “Ao implementar programas de fidelização personalizados nos produtos que serão ofertados para os provedores de internet como SVAs, é possível criar um vínculo mais sólido entre as marcas e seus consumidores”, afirma o CEO.
Busca por plataformas de saúde e bem-estar
Uma pesquisa realizada pela Euromonitor International revelou que os consumidores estão demonstrando um interesse crescente por produtos e serviços que promovem um estilo de vida saudável. Essa busca inclui a preferência por alimentos naturais, a prática de atividades físicas, a adoção de terapias alternativas e a valorização do autocuidado.
A ascensão se confirma, também, no Brasil. Um relatório da consultoria internacional App Annie constatou que, ao longo de 2020, o brasileiro baixou mais aplicativos de saúde e bem-estar, causando um crescimento de 45% no total de downloads dessa categoria.
Para Tayronne, a parceria entre provedores de internet e startups de saúde e bem-estar pode resultar na criação de diferencial competitivo significativo no mercado, e tem por objetivo conquistar a lealdade dos clientes e fortalecer sua posição. “Através dos produtos dessas startups, os usuários podem ter acesso a diversos serviços como programas de treinamento físico, orientações nutricionais e monitoramento de saúde”, exemplifica.
Bit Health investe na gamificação
A Bit Health, através de sua plataforma personalizada Bit Trainers, busca trazer ao mercado de SVA conteúdos com foco em saúde física e mental, atrelados a programas de fidelização. A startup desenvolve programas de gamificação, com objetivo de gerar mais engajamento dos clientes.
“Ao combinar um programa de saúde e bem-estar com um projeto de fidelização gamificado, há como engajar nossos usuários, oferecendo recompensas não apenas relacionadas à saúde. Dessa forma, criamos uma experiência que vai além do cuidado com o corpo, incentivando o engajamento e a fidelidade dos usuários”, afirma o CEO.
A plataforma ajuda também a integrar as iniciativas de saúde e bem-estar às estratégias de negócios mais amplas das empresas, de forma personalizada, permitindo que as empresas parceiras tenham sua identidade visual representada por meio da exposição de seus logotipos.
“Uma opção é oferecer banners clicáveis dentro do SVA. Temos a possibilidade dessa interação, onde as empresas podem criar promoções e direcionar os usuários diretamente para o WhatsApp do setor comercial”, conclui Tayronne.
De acordo com o representante da Bit, é importante que o usuário saiba qual empresa está fornecendo um determinado benefício exclusivo para ele, além de ser uma determinação da Anatel. “Ao adquirir um SVA, as empresas parceiras têm a capacidade de se comunicar com o consumidor, utilizando push notifications dentro do aplicativo, por exemplo. Isso permite uma conexão com o cliente e possibilita a realização de ações comerciais de forma direcionada”.
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