IA (Inteligência Artificial), DataOps, IoT (Internet das Coisas), blockchain, EC (Edge Computing), Big Data e RA (Realidade Aumentada). Os termos, que já fazem parte do vocabulário corporativo, são apenas algumas das chamadas tecnologias emergentes – que, embora ainda não sejam utilizadas pela maior parte dos cidadãos comuns, são reconhecidas como tendo as qualificações necessárias para revolucionar todo o mercado.
Segundo uma pesquisa do Harvard Business Review Analytic Services e NTT DATA, esse futuro não está assim tão longe: 90% das empresas da América Latina querem ampliar os seus investimentos em tecnologias emergentes ao longo de 2023. O estudo “Impulsionar a adoção de tecnologias emergentes na América Latina” mostra que 87% dos entrevistados já têm obtido resultados positivos com essas inovações nos últimos dois anos.
Além disso, para 88% dos participantes, as vantagens conquistadas pelas tecnologias emergentes legitimam os valores investidos, já que contribuem para a reputação da marca, para o aumento do faturamento e para a retenção de clientes, como mostra uma publicação do site Olhar Digital. A pesquisa entrevistou 316 executivos do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru em 2022.
Felipe Maia, cofundador da Lean Solutions – empresa que oferece treinamentos corporativos e transformação digital -, destaca que o investimento nas tecnologias consideradas emergentes é um dos focos do modelo enxuto.
“Com o acesso ao crédito mais caro e um mercado de venture capital menos aquecido, as empresas estarão focadas em se tornar mais eficientes nos seus processos. Sistemas para automação de tarefas repetitivas e desenvolvimento de estratégias baseada em dados passarão a ser determinantes em uma economia mais competitiva”, articula.
“Assim, as empresas irão desenvolver soluções caseiras para resolver esses problemas ou teremos a expansão do mercado de SaaS (Software as a Service, na sigla em inglês) corporativos”, complementa.
Na visão de Maia, embora os empreendimentos estejam dispostos a investir em tecnologias disruptivas, o processo de transformação digital ainda depende de outros três pilares, sendo eles: “pessoas”, “processos” e “cultura”.
Ele explica que de nada adiantará uma tecnologia mais disruptiva ou emergente se a tríade de elementos que dão sustentação à tecnologia não estiver bem estruturada: “As empresas vão precisar investir na qualificação dos seus colaboradores para que estes sejam capazes de desenvolver as soluções internamente e levar ao processo de desenvolvimento das tecnologias adequadas à realidade do seu mercado”.
Futuro tem espaço para homens e máquinas
Maia chama a atenção para o fato de que muitas empresas destacam a automação de processos e atividades unindo máquinas e pessoas, como mostra a pesquisa do Harvard Business Review Analytic Services e NTT DATA.
“Embora essas soluções pareçam complexas, existem sistemas que ajudam a desenvolver atividades sem precisar de altos investimentos”, afirma. “As suítes da Microsoft (Microsoft 365) e do Google (Google Workstation) possuem ferramentas que permitem automações com estruturas no-code ou low-code (“sem código” e “pouco código”, em tradução livre)”.
O cofundador da Lean Solutions afirma que, para entender e integrar dados, é necessário desenvolver uma boa arquitetura de rede e da informação antes de pensar em inteligências artificiais e modelos de machine learning. Assim, os dados coletados serão confiáveis e as pessoas poderão evoluir a sua capacidade analítica à medida em que os sistemas forem se tornando mais complexos.
“Muitos querem a mais nova tecnologia ou o método mais moderno, mas muitos problemas ainda são resolvidos com a boa estruturação dos fundamentos e das bases”, ressalta Maia.
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