São Paulo – SP 21/12/2020 –
Três a cada quatro hospitais particulares no Brasil já utilizam a telemedicina como forma de atendimento e monitoramento de pacientes. É o que aponta a 3ª edição da Nota Técnica Observatório Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), publicada em outubro. Segundo a pesquisa, 58,3% das unidades privadas do País possuem seus próprios serviços de telessaúde.
O estudo foi viabilizado a fim de analisar como a rede hospitalar associada à entidade adaptou seus negócios e formas de atendimento frente à pandemia de Covid-19, além de projetar o cenário para o encerramento de 2020. De acordo com o levantamento, mais da metade dos dirigentes ouvidos (55,6%) acredita que houve mudanças em relação ao uso de ferramentas de tecnologia este ano.
Já 77,8% dos entrevistados afirmaram que dispositivos de Inteligência Artificial, prontuários eletrônicos e analytics vêm alterando positivamente o desempenho dos hospitais e, assim, impactando diretamente as ações consideradas chaves no atendimento a pacientes, como o uso da telemedicina e a tomada de decisões.
Um número que chama bastante atenção são os 69% que veem a tecnologia como responsável direta pela recuperação das instituições diante da atual crise. Segundo eles, de abril a junho de 2020, quase 6% das receitas ambulatoriais foram atribuídas às consultas virtuais. Esse número deverá chegar a 8,8% no segundo semestre, período em que a telemedicina pode representar até 25% do total de atendimentos ambulatoriais.
Consolidação do atendimento virtual no País
Embora não seja uma novidade, a telemedicina era uma modalidade de atendimento ainda pouco usual no Brasil. Com a pandemia de Covid-19, as ações de controle da propagação do novo coronavírus se tornaram tão necessárias que as consultas virtuais passaram a ser bem vistas pelos pacientes e pelo poder público.
Diante desse cenário, o governo federal criou a Lei n. 13.989, de 15 de abril de 2020, autorizando o uso da telemedicina, durante a pandemia, em caráter de emergência. Com isso, muitos brasileiros se viram diante de um novo modelo de atendimento médico, que passou a fazer parte do dia a dia de grande parte da população.
Algumas das vantagens desse tipo de consulta estão relacionadas à logística de atendimentos, encurtando fronteiras e otimizando o tempo das pessoas e dos profissionais de saúde, e à menor exposição a vírus e doenças – principalmente durante a pandemia. Dessa forma, também facilita o esvaziamento dos hospitais públicos e privados.
Além disso, a medicina virtual possibilita cuidados integrados e mais humanizados, de modo a melhorar a relação de confiança entre médicos e pacientes e viabilizar o acompanhamento constante da evolução de tratamentos e quadros clínicos.
Legislação da telemedicina no Brasil
Aprovada em abril deste ano, a Lei n. 13.989 concede o uso da telemedicina no território brasileiro, em caráter emergencial, até o fim da pandemia. Depois, a regulamentação da modalidade deverá ser atribuída ao Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo a legislação, o atendimento virtual nada mais é do que o exercício da Medicina por meio da tecnologia, a fim de garantir assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e a promoção da saúde. Assim, cabe ao médico seguir as normas estabelecidas para qualquer atendimento presencial e informar as limitações de uso da plataforma, levando em consideração a impossibilidade da realização de exames físicos.
Como funciona a telemedicina?
Implantada como um meio de troca de informações médicas, acompanhamento clínico e análise de resultados de exames, a telemedicina utiliza tecnologias de informação capazes de computar e armazenar dados e históricos de pacientes virtualmente, facilitando o trabalho de médicos e o uso do público.
Algumas plataformas centralizam a comunicação com o cliente desde a primeira consulta até depois da alta, humanizando as relações e proporcionando uma jornada diferenciada nesse novo modelo de monitoramento de pacientes. Essas ferramentas geralmente são compostas por videochamadas, chat e agenda de microrreuniões.
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