A escolha de uma profissão é um momento importante na vida de qualquer pessoa, mas pode ser especialmente difícil para os jovens brasileiros. Isso porque a falta de orientação vocacional e as diferenças socioeconômicas entre estudantes interferem diretamente nesse cenário.
Segundo estudo Semesp, na 11ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, apenas 18,1% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados no ensino superior e somente 17,4% das pessoas de 25 anos ou mais concluíram um curso. Deste percentual, estima-se que a minoria esteja realizando cursos que estejam alinhados com o comportamento.
Para Sidney Frattini, Consultor e Instrutor em Desenvolvimento e Gestão Comportamental, Pessoal e Profissional da ETALENT, empresa com quase quatro décadas de experiência no assunto, a falta de orientação vocacional é um dos principais fatores que contribuem para essa situação. “Muitos jovens não têm acesso a informações sobre diferentes profissões e suas respectivas demandas. Além disso, no Brasil, não há uma cultura de planejamento de carreira, o que dificulta que os futuros profissionais se preparem para o mercado de trabalho”, explica o consultor.
A desigualdade socioeconômica também é um fator que impacta a escolha profissional dos jovens brasileiros. Aqueles que vêm de famílias mais pobres têm menos acesso à educação de qualidade e a oportunidades de emprego. Isso dificulta o desenvolvimento de habilidades e aptidões, o que limita suas chances de sucesso profissional.
Para ajudar em escolhas profissionais mais acertadas, é fundamental que haja uma rede de apoio familiar e que sejam implementadas políticas públicas que incentivem o planejamento de carreira. Além disso, a análise comportamental DISC pode ser uma ferramenta útil para os jovens na descoberta de suas principais competências e possíveis escolhas profissionais.
“Como desde muito cedo, os jovens não possuem uma educação comportamental, e isso aliado à ausência de orientação vocacional realizada de forma objetiva, atrelado a uma linguagem tangível, como o DISC proporciona, tende a produzir uma juventude desmotivada, com futuros profissionais frustrados, num círculo vicioso de baixa autoestima e improdutividade”, alega Sidney.
O inventário DISC é um instrumento que avalia o comportamento humano com base em quatro dimensões: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade. Estas dimensões estão relacionadas a diferentes estilos comportamentais, que podem ser mais ou menos adequados para diferentes profissões.
Por exemplo: pessoas com alta “Dominância” geralmente são mais assertivas e competitivas, o que pode ser um diferencial para profissões nas áreas de administração, direito e vendas. Pessoas com alta “Influência” geralmente são mais sociáveis e persuasivas, o que pode ser bastante útil para as áreas de marketing, relações públicas e atendimento ao cliente. Pessoas com alta “eStabilidade” geralmente são mais pacientes e confiáveis, características compatíveis com as áreas de enfermagem, educação e serviço social. Por fim, pessoas com alta “Conformidade” são geralmente mais organizadas e metódicas, um diferencial para áreas como contabilidade, engenharia e arquitetura.
Para Frattini, o DISC é uma ferramenta que pode revolucionar vidas, trazendo uma maior certeza e paz no momento decisivo da vida profissional: “Recentemente realizei uma devolutiva comportamental DISC para um jovem rapaz de 18 anos, que redirecionou a escolha de formação, e agora se declara agora integrado e satisfeito, em uma nova faculdade. Seus pais, que acompanharam e entenderam o perfil do rapaz, agradeceram muito. Quantos mais poderiam ter suas trajetórias mudadas para muito melhor com essa ferramenta?”, indaga o consultor da ETALENT.
As análises DISC são úteis na descoberta de suas preferências e possíveis escolhas profissionais, mas é importante lembrar que ele não é um instrumento definitivo, é apenas uma peça no quebra-cabeça. É preciso considerar outros fatores, como as aptidões, interesses e valores pessoais do jovem, na hora de tomar essa decisão.
A escolha de uma profissão é uma decisão importantíssima, mas não é irreversível. É possível mudar de profissão ao longo da vida, conforme as necessidades e os interesses mudam. O mais importante é encontrar uma profissão que a pessoa goste e que seja adequada ao talento individual.
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