A logística de transporte de medicamentos no Brasil precisa seguir normas e especificações para que o produto chegue ao destino no prazo e com a mesma qualidade que saiu da indústria. Esse tipo de transporte, além de envolver uma equipe técnica especializada, tecnologia e planejamento, somente pode ser realizado por empresas de logística que têm o certificado da ANVISA, órgão responsável pelo controle sanitário destes produtos, além de seguir à risca as legislações do setor.
No Brasil, as duas principais legislações que definem as boas práticas da logística farmacêutica são as leis 6360/76 e 5991/73, além da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 430 da ANVISA. Também é obrigatória a presença de um farmacêutico nas empresas que fazem o transporte de medicamentos. O profissional é o responsável técnico que garante que todas as normas sejam respeitadas ao longo do processo.
Além do farmacêutico, da certificação da ANVISA e de toda documentação em dia, a transportadora tem que sinalizar todos os materiais transportados; manter os veículos com temperatura entre 2ºC e 8ºC para medicamentos termolábeis e entre 15°C a 25°C para demais medicamentos; higienização constante da frota e ter profissionais especializados no manuseio desses insumos. “Tudo isso tem que ser levado em conta antes da contratação da empresa que fará o transporte dos produtos, além da expertise no mercado de logística”, informa o especialista Marcelo Zeferino, Chief Commercial Officer da Prestex, empresa certificada pela ANVISA.
Segundo levantamentos da consultoria IQVIA, o crescimento do mercado farmacêutico brasileiro deve ultrapassar 12% em 2022 e continuar crescendo cerca de 10% em 2023. A publicação Perfil da Indústria Farmacêutica 2022 da Sindusfarma aponta que em 2021 o mercado de medicamentos movimentou R$ 88,28 bilhões. Houve crescimento de 14,21% em reais, em relação ao ano anterior, representando aproximadamente 2% do mercado mundial, sendo o 8º em faturamento no ranking das 20 principais economias. Na América Latina é o principal mercado, à frente de México, Colômbia e Argentina.
Esse crescimento tem impulsionado investimentos por parte de empresas de logística no setor, como é o caso da Prestex, empresa com 20 anos de atuação no transporte aéreo emergencial, que recebeu no mês de março a certificação ANVISA, englobando em suas atividades o transporte de produtos farmacêuticos, químicos e alimentícios.
“A logística emergencial aérea é estratégica para transportar de forma eficiente e eficaz esses insumos. Essas indústrias atuam com estoque de materiais termossensíveis que exige uma série de cuidados especiais para garantir a integridade dos medicamentos e a saúde da população”, ressalta o especialista da Prestex, Marcelo Zeferino. A empresa investiu cerca de R$ 1,8 milhão em estrutura, tecnologia e capacitação dos colaboradores para obter a licença da ANVISA e ingressar no mercado logístico aéreo-fármaco.
Um avião pode transportar, aproximadamente, 250 toneladas, e sua velocidade varia entre 203 km/h e 278 km/h. Já um caminhão de transporte de grandes cargas, apresenta capacidade para apenas 74 toneladas e, de acordo com a lei vigente, pode percorrer até 80 km/h.
“O transporte aéreo é uma alternativa mais segura e eficaz, uma vez que a maioria das rodovias estão em péssimas condições, além de constantes paralisações, deslizamentos e acidentes, que podem até impedir o deslocamento por longos períodos”, afirmou o especialista na área, Marcelo Zeferino.
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