#EspecialDiaDasMães
Minha mãe é uma apostadora profissional. Apostou que esse negócio de ser jornalista iria dar certo para mim. E não é que vingou?
Com Dona Sandra, aprendi o gosto pela leitura e escrita, ainda na fase de alfabetização. Como uma boa rapinha do tacho – a mais nova das quatro filhas –, lembro-me de sentar na cozinha para ler em voz alta os livrinhos infantis, enquanto ela fazia um milhão de receitas deliciosas e, como uma boa professora, avaliava minha leitura.
Modestamente, sempre fui boa com as palavras. Ironicamente, quando é para falar da Dona Sandra, elas faltam por excesso de emoção. Ela sempre esteve lá. Me ensina todos os dias que basta batalhar para se conquistar tudo o que é desejado.
Aos 20 anos resolvi: “Quero ser jornalista”. Não era um momento fácil. Eu morava em Brasília, e ela tinha acabado de se mudar para São Paulo. Apesar da distância, foi ela quem me estimulou a fazer cursinho pré-Enem, para depois concorrer a bolsa de estudos e, se tudo desse certo, entrar na faculdade para cursar Comunicação Social.
Quando o resultado do Enem saiu, me candidatei a uma vaga como bolsista na FMU, em São Paulo. Mamãe, mais uma vez, me apoiou dizendo que eu não precisava duvidar, pois a vaga já era minha.
Dito e feito. Ao sair a aprovação no site do ProUni, corri afoita para os braços dela, falando que não acreditava que eu iria estudar. Ela me abraçou e disse: “Eu sabia que iria dar certo”. No dia de fazer a matrícula, me acompanhou enquanto eu entregava a pilha de documentos. Depois, no primeiro dia de aula, me disse para confiar, pois todas as coisas com as quais sonhamos – sim, no plural – seriam realizadas no tempo certo.
Meses depois de começar a estudar jornalismo, comecei a correr atrás do sonho de atuar na área. Neste momento, ela também me dava forças. Emprestava uma grana para eu ir às entrevistas, me ligava assim que tudo terminava para saber como fui e, enquanto nada dava certo, me dizia: “Não desanime, filha. O teu lugar está guardado”.
Dona Sandra apostou de novo e acertou em cheio. Em novembro de 2014, encontrei meu lugar como estagiária do time do Portal Comunique-se. Desde então, estamos juntas neste caminho. Ela na torcida pela melhor pauta e eu na corrida pelo sucesso na profissão. Mesmo nos dias em que conciliar o trabalho e a faculdade é difícil, ela me surpreende com abraços reconfortantes, me deixando segura de que estou fazendo a coisa certa.
É, mãe, nós sabemos que não foi fácil, mas estamos aqui firmes e fortes. Sempre ouço que sou seu orgulho, mas (me desculpe pelo clichê) quem me orgulha todos os dias é você com sua fé – essa mesma, que move montanhas –, garra, dedicação e amor incondicional.
Obrigada pela força de sempre, por me dizer para não desistir e me fazer acreditar. Sem sua aposta, eu jamais teria chegado até aqui. Eu te amo muito e para sempre!
Com carinho.
Sua caçula, Tácila Rubbo.