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Vacinação contra pólio e sarampo chega às escolas em maio

O calendário do Programa Nacional de Vacinação 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 31 de janeiro, prevê a mobilização da comunidade escolar para a realização de multivacinação contra poliomielite e sarampo no mês de maio. A iniciativa quer mobilizar estudantes, pais e responsáveis para participarem da vacinação e, com isso, reduzir bolsões de não vacinados no país.

Segundo dados do próprio Ministério, a média de cobertura vacinal dos brasileiros, especialmente de crianças e adolescentes, está abaixo do percentual considerado seguro – de 95% – desde 2019, quando nenhuma das vacinas consideradas prioritárias atingiu esse percentual.

A mobilização pela vacinação nas escolas deve durar duas semanas e representa a quinta etapa do programa, que inicia já em fevereiro com a vacinação contra a Covid-19, em que será disponibilizada dose de reforço da vacina bivalente para pessoas com risco grave de contrair a doença. A partir de março, na segunda etapa do programa, haverá intensificação da vacinação contra a doença em crianças e adolescentes. As escolas também serão os espaços usados para essa mobilização.

Já a partir de abril, na terceira etapa do programa, está prevista a intensificação na campanha de Influenza, antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias. Entre os grupos prioritários para receber as vacinas estão crianças de 6 meses a 4 anos.

O esforço para aumentar a cobertura vacinal é importante para o país não testemunhar a volta de doenças que já estavam praticamente erradicadas, como a poliomielite e o sarampo. A médica pediatra Mariana Balthazar Nogueira Passos enfatiza que a vacinação é uma forma eficaz e segura de prevenir doenças e uma das medidas mais importantes para preservar a saúde da criança.

“Além disso, a vacinação também protege a comunidade, já que ao vacinar a maior parte da população, se forma uma barreira contra a propagação de doenças como sarampo, rubéola, caxumba, entre outras, que podem levar a complicações graves ou até mesmo à morte”, reforça.

Com seis anos de experiência em Puericultura, que consiste no acompanhamento periódico para garantir a promoção e proteção da saúde de crianças e adolescentes, a médica explica que a não vacinação desse público pode facilitar a propagação de doenças para outras crianças, idosos e pessoas como sistemas imunológicos enfraquecidos. Além disso, Mariana Passos ressalta que o não cumprimento do calendário de vacinas pode levar a despesas maiores com tratamentos de doenças evitáveis por meio de vacinas, prejudicando o sistema de saúde e a economia.

“Portanto, é importante seguir o calendário de vacinação recomendado e consultar um profissional de saúde antes de decidir sobre a vacinação de uma criança, a fim de garantir sua saúde e bem-estar”, destaca.

SBP e governo federal recomendam atenção ao calendário para manter vacinas de crianças e adolescentes atualizadas

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou no ano passado seu calendário com as principais informações sobre vacinação de crianças e adolescentes, de acordo com a idade. O esquema vacinal contra 17 doenças inicia já nos primeiros dias de nascimento até os 19 anos, no caso de adolescentes. Para os casos de indivíduos com imunodeficiências ou em situações epidemiológicas específicas, as recomendações podem sofrer alterações.

A médica Mariana Passos explica que o Ministério da Saúde promove duas campanhas anuais de vacinação, junto com as Secretarias de Saúde de estados, municípios e do Distrito Federal. São as campanhas da gripe, realizada no primeiro semestre, antecedendo o período mais frio do ano, e de atualização da Caderneta de Vacinação.

“Além disso, a cada quatro anos, todas as crianças menores de cinco são também alvo da campanha de vacinação contra sarampo. Em relação à Covid-19, a recomendação vigente é vacinar todas as crianças a partir de seis meses, sendo o tipo de vacina, a dose e frequência de acordo com a orientação atual do Ministério da Saúde”, acrescenta.

As vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde de acordo com a idade 

– BCG (tuberculose) – dose única ao nascer

– Hepatite B – após o nascimento, aos 2 meses e aos 6 meses

– Poliomelite (VIP) – 1ª dose: 2 meses, 2ª dose: 4 meses e 3ª dose: 6 meses

– Poliomelite (VOP) – 1° reforço: 15 meses e 2° reforço: 4 anos de idade

– Rotavírus monovalente – 1ª dose: 2 meses e 2ª dose: 4 meses

– Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B) – 1ª dose: 2 meses, 2ª dose: 4 meses e 3ª dose: 6 meses

– Pneumococo 10V – 1ª dose: 2 meses, 2ª dose: 4 meses e reforço: 12 meses

– Meningococo C – 1ª dose: 3 meses, 2ª dose: 5 meses e reforço: 12 meses

– Febre Amarela – 1ª Dose: 9 meses e reforço: 4 anos de idade. A recomendação de vacinação contra a febre amarela é para todo Brasil, devendo seguir o esquema de acordo com as indicações da faixa etária e situação vacinal, sendo que, crianças entre 9 meses a menores de 5 anos de idade, administrar 1 (uma) dose aos 9 meses e 1 (uma) dose de reforço aos 4 anos. Para as crianças a partir de 5 anos de idade, administrar 1 (uma) dose única.

– Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – aos 12 meses

– Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) – aos 15 meses

– Hepatite A – aos 15 meses

– Difteria, Tétano e Pertussis (DTP) – 1º reforço: 15 meses e 2º reforço: 4 anos de idade

– HPV (papilomavírus humano) – 1ª dose entre nove e 14 anos (para meninos e meninas) e 2ª dose: 6 meses após 1ª dose

– Dupla adulto (difteria e tétano) – a partir dos 7 anos, com reforço a cada 10 anos. Em caso de ferimentos graves a cada 5 anos

– Meningocócica ACWY – 1 dose entre 11 e 14 anos

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