As vendas de imóveis de médio e alto padrão cresceram 145,3% em 2022. É o que mostra um levantamento realizado com 18 empresas associadas à ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
De acordo com a pesquisa, nos primeiros cinco meses de 2022 foram comercializadas 19.620 unidades a mais em comparação com o mesmo período do ano passado. Para se ter uma ideia este índice representou 18% no número de ativos imobiliários vendidos em todo país no primeiro semestre desse ano.
A pesquisa, divulgada no segundo semestre desse ano, alerta que a leitura dos indicadores apresentados colabora para avalizar a resiliência do segmento de incorporação, a despeito dos desafios do cenário macroeconômico e do período pós pandemia.
O crescimento reflete diretamente no setor de lojas de material de construção. Para Mauro Cardoso, empresário dono de um grupo do ramo, os clientes têm dois motivos principais para terem comprado tantos imóveis assim no período pós-pandemia. “Uma das razões para alta procura desse tipo de imóvel é a oportunidade de investimento, historicamente de baixo risco. O outro ponto, sem dúvida, foi a busca por casas com ótimas áreas de lazer, já que esse espaço se tornou o principal ponto de encontro dos amigos depois da pandemia”, afirma.
O empresário destaca também que a curto prazo muitos desses compradores apostam na rentabilidade da locação dos imóveis. “A localização privilegiada, arquitetura e infraestrutura diferenciada, opções de lazer sem sair de casa e, claro, a segurança, fazem com que o valor do aluguel suba de patamar, gerando consequentemente o retorno financeiro ao proprietário do imóvel”, diz Cardoso.
Não são somente imóveis já construídos que passam por um bom momento. Com o aquecimento do mercado, Segundo a pesquisa, o número lançamentos imobiliários do seguimento de médio e alto padrão também apresentou alta: 12,9% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo Cardoso, o desempenho positivo desse ativo imobiliário influencia diretamente o mercado de comercialização de materiais de construção. “Há vários exemplos de sintomas do aquecimento do setor. Recentemente os feirões de pisos e porcelanatos voltaram com índices acima do período pré-pandemia”, informa Cardoso.
Outro indicador positivo é a relação de distratos/vendas. O levantamento da ABRAINC – FIBE constatou recuo de 4,0 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, índice está em 10%. Em 2016, por exemplo, essa taxa chegou a 62%.
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