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Violência na imprensa: jornalista agredida e repórter intimidado

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A repórter Mari Rios, da Vozão TV, e os jornalistas Marc Souza e Diogo Cordeiro, da RICTV, foram vítimas de violência na última semana

Este ano ganhou mais dois registros de violência contra a imprensa. Trata-se dos casos envolvendo a repórter Mari Rios, da Vozão TV, e os jornalistas Marc Souza e Diogo Cordeiro, da RICTV, que foram agredidos e intimidados, respectivamente. Os registros corroboram dados do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, que mostram que cresce o ódio contra jornalistas.

A situação com a jornalista Mari Rios, profissional da emissora oficial do Ceará Sporting Club, aconteceu no domingo, 29, quando ela foi agredida fisicamente e moralmente por torcedores na partida entre Ceará e Flamengo. De acordo com as informações do O Povo, a comunicadora foi agredida quando saía do Setor Premium do estádio. Ela foi xingada e, ao tentar deixar o local, foi segurada pelo braço por torcedores do clube.

“Fui vítima de mais um ato machista e covarde no futebol. Fui agredida fisicamente e verbalmente, por (nem posso dizer que são torcedores) nem sei como definir. Apertar pelo braço, colocar dedo na cara e xingamentos do mais baixo calão”, afirmou a jornalista.

O Ceará Sporting Club publicou nota de repudio à violência. “O Ceará Sporting Club vem a público demonstrar total repúdio às agressões físicas (puxões pelo braço) e verbais sofridas pela repórter do Vozão TV, Mari Rios, no exercício de suas funções, na noite desse domingo, 29/04, na Arena Castelão, na partida entre Ceará x Flamengo”.

Contratados da RICTV, afiliada da Record no Paraná, o repórter Marc Souza e o repórter cinematográfico Diogo Cordeiro foram “avisados para o próprio bem” que não seria recomendável gravar no local. O “aviso” veio do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindijors), Milton Simas Júnior, que tentou impedir o trabalho da dupla durante cobertura de manifestação pró-Lula em Curitiba.

“Se vocês forem falar mal do acampamento, vocês vão para lá do lado do carro da polícia. Sou jornalista, sou teu colega e estou te avisando que é para preservar a tua integridade. O povo está vindo aí. Para quem fala mal do movimento não seria recomendável gravar aqui. Estou avisando para o seu bem”, diz Milton Simas Júnior. O repórter Marc Souza respondeu dizendo que Milton não sabia do que se trata a reportagem, no que presidente do sindicato disse: “Vocês já falaram mal, vocês são do SBT”, errando a emissora para qual o jornalista trabalha. E emenda: “Da RIC Record? É isso, da RIC Record! Acho que a imprensa está toda junta no golpe”, completa.

Veja no vídeo abaixo:

https://www.facebook.com/sergio.s.leitao/videos/10213534562971336/

Diante da situação, o Sindijor publicou nota de repúdio a atitude do presidente. “O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) repudia, veementemente, a atitude do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que na tarde de sábado, 28, quis impedir que uma equipe de reportagem da RIC (Record) realizasse a cobertura no Acampamento Lula Livre. O repórter Marc Sousa e o repórter-cinematográfico Diogo Cordeiro tiveram que justificar sobre o que se tratava a reportagem antes de prosseguir com a gravação”.

https://www.facebook.com/sindijor.parana/posts/2108363342512643

O presidente Milton Simas Júnior se manifestou sobre o caso em texto publicado no próprio site da entidade e negou que tentou impedir que o repórter fizesse a gravação. “Com o clima tenso, em função do atentado da madrugada, era impossível saber se o repórter poderia ser ou não agredido, se dissesse alguma coisa que contrariasse os princípios defendidos no acampamento. Por isso, aconselhei que ele fizesse a gravação perto do policiamento, a fim de garantir a integridade dele”, disse. Segundo o texto, o esclarecimento se faz necessário porque, “nas redes sociais, o vídeo está sendo usado de forma distorcida”. Veja, neste link, a íntegra do posicionamento.

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Redação

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