O premiado jornalista brasileiro Leonardo Sakamoto é dono das agências de checagem Lupa e Aos Fatos, que recentemente firmaram parceria com o Facebook. Tal afirmação é, obviamente, mentira. Porém, a fake news tem sido disseminada por meio das redes sociais. Com a notícia falsa se espalhando, o comunicador tem recebido críticas descabidas em relação ao seu trabalho. Pior: tem convivido com ameaças de morte. Intimidações que, conforme relata, deixaram de se restringir ao ambiente virtual, passando a incomodá-lo também no mundo real.
As ameaças fizeram com que Leonardo Sakamoto acionasse a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo, órgão vinculado ao Ministério Público Federal. Em depoimento ao procurador em exercício, Pedro Antônio de Oliveira Machado, o jornalista registrou o que vem ocorrendo. “Fui acusado falsamente não apenas de ser responsável por agências de checagem, mas também de estar usando-as para, em parceria com empresas de redes sociais, censurar pessoas e grupos. Isso atiçou o ódio contra mim, gerando ameaças na internet e agressões verbais nas ruas. Ainda bem que não houve violência física, por enquanto”, afirmou.
Com o caso em mãos, o Ministério Público Federal em São Paulo encaminhou ofício com cópia do depoimento do comunicador para a Polícia Civil no estado. Ao divulgar o assunto em seu site oficial, o órgão destaca que a fake news envolvendo Leonardo Sakamoto tem sido compartilhada até por autoridades. Entre as figuras públicas que espalharam o boato contra o jornalista está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do parlamentar fluminense Jair Bolsonaro, que é pré-candidato à presidência da República. Segundo o MPF-SP, até o procurador de Justiça no Rio de Janeiro, Marcelo Rocha Monteiro, compartilhou a informação mentirosa.
“É só me dar uma arma que meto uma bala no meio da cara desse Filho da Puta!”. Essa foi uma das ameaças recebidas por Leonardo Sakamoto desde maio, quando a fake news sobre sua suposta relação com agências de checagem de fatos começou a circular na internet. O jornalista, que salvou prints das intimidações, também levou o caso para sua advogada, que está cuidando do caso na esfera cível. Responsável por colher o depoimento do comunicador, o procurador Pedro Antônio de Oliveira Machado demonstrou indignação com a situação. Para ele, há tentativa de abalar a liberdade de imprensa.
“As fake news, para além dos prejuízos decorrentes da própria veiculação de informações falsas, ganharam proporções ainda mais graves no caso relatado pelo jornalista. Isto nos mostra que junto com os benefícios de ampliação da comunicação, as redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas podem também gerar efeitos negativos muito graves, incitando situações que põem em risco a integridade física de pessoas. O caso ganha especial gravidade e preocupação porque se trata de intimidação de jornalista, pois a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia”, analisa o procurador.
Essa não é a primeira vez que o profissional de mídia se vê como vítima de fake news e ameaças de morte. Em fevereiro de 2016, o Portal Comunique-se registrou que ele começou a ser ameaçado após ser personagem de uma falsa entrevista. Na ocasião, o jornal mineiro Edição do Brasil atribuiu a Leonardo Sakamoto declarações que jamais foram ditas por ele. O impresso imputou ao jornalista a afirmação de que “aposentados são ‘inúteis à sociedade’”. O teor, que não se passava de uma notícia falsa, sustentou a manchete de uma edição do veículo que tinha circulação semanal.
Sakamoto enfatizou, ainda, que o boato de 2016 voltou a atormentá-lo agora, justamente quando outra onda de informação inverídica é propagada pelas redes sociais. “Mentiras como essa têm ‘cauda longa’, continuam circulando na rede muito tempo depois de terem sido criadas. Nesse caso, o ódio causado pela propagação da mentira sobre as agências de checagem resgatou outras, como a de que eu defendo a morte de aposentados – o que, inclusive, já havia sido levado a conhecimento do Ministério Público Federal em 2016. Desse caldo, surgem ameaças de morte”.
Leonardo Sakamoto, que NÃO É DONO das agências Lupa e Aos Fatos, é um jornalista premiado. Contando com reconhecimento internacional, foi homenageado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos devido a sua luta contra o trabalho escravo. Blogueiro do UOL e diretor da ONG Repórter Brasil, ele venceu o Prêmio Comunique-se 2016 na categoria “Blog”. Neste ano, ele foi duplamente indicado ao Oscar do Jornalismo Brasileiro, aparecendo nas disputas em “Blog” e “Colunista de Opinião”. Além da atuação na imprensa, é professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão.
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