Recebemos numa ocasião a visita de um casal muito especial em nossa casa, os amigos Carla e Rubens. E eles nos contaram uma história interessante de sua filha única, Manu. Ela estava brincando com outras duas meninas quando a disputa por uma boneca causou um estranhamento no grupo. Uma delas começou a chorar e disse que ia embora para a casa dela. Foi quando a Manuela a interrogou. “Vai embora por quê? Você não sabe resolver com palavras?”.
Achei fantástica a proatividade e atitude da pequena Manu. Foi então que os pais dela nos contaram que a Manu (hoje com 8 anos), quando cursava a educação infantil, estudou em São Paulo numa escola que ensinava e primava desde a tenra infância pelo diálogo entre as pessoas. O objetivo era que as pessoas encontrassem as respostas e resolvessem o que as incomodavam com uma boa e produtiva conversa.
E após algumas diferenças de ideias ou ações, o que é comum em todos nós seres humanos, especialmente nas crianças, um ato e uma pergunta deveriam nortear as decisões, os quais impediriam os desentendimentos, conflitos físicos e até as agressões. São eles: o olho no olho e questionar se a pessoa não consegue resolver com palavras. Isso vai de encontro a um provérbio chinês. “O grande homem é aquele que não perdeu a conduta de sua infância”.
Parece algo tão fácil e simples. Porém, a gente não percebe essa reflexão em muitos atos de nossos filhos nem mesmo nas nossas atitudes como adultos e profissionais. Agora, reflita se você tem conseguido lidar com ideias contrárias e resolver as situações conflitantes com palavras ou geralmente já solta um grito, age de forma imperativa ou agressiva ou prefere a vingança.
E o que dizer sobre agressão de um casal com uma agente de trânsito em São Bernardo do Campo (SP) por causa de um cartão de estacionamento preenchido incorretamente? Não conseguiram resolver com uma conversa.
Em muitos casos, a violência parece sobrepor o diálogo. Curiosamente, a história mostra que Gandhi pregava a não violência e morreu em 30 de janeiro de 1948, assassinado por um hindu. Jesus Cristo pregou o amor, o diálogo e a não violência e foi crucificado. De fato, Herodes não conseguiu resolver com palavras.
Nós não devemos temer quem tem uma ideia diferente da nossa, mas, sim, aqueles que não sabem conversar, desejam incessantemente impor o que devemos fazer ou pensar literalmente igual a eles. Vale a pena persistir em dialogar, respeitar as diferenças e resolver com palavras. E se for para dizer não, que seja para dizer não para a discriminação e a violência.
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Por Erik Penna. Palestrante, especialista em vendas e motivação, autor de cinco livros e mais de mil palestras realizadas. Saiba mais sobre motivação e vendas em: erikpenna.com.br.
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