Os celulares acompanham os brasileiros em todos os lugares e costumam ficar sempre à mão, sendo utilizados para fins pessoais e profissionais. Segundo dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há mais de 242 milhões de smartphones no Brasil, número superior à quantidade de habitantes do país, que é de 214 milhões.
Os celulares inteligentes se tornaram populares pela possibilidade de reunir dezenas – ou mesmo centenas – de aplicativos, que facilitam o dia a dia de seus usuários. Dentre esses softwares, o WhatsApp está presente na tela de 99% dos celulares, de acordo com o levantamento da MobileTime em parceria com a empresa de pesquisas online Opinion Box. Aliás, esse software está entre os canais digitais preferidos pela maioria dos brasileiros (80%) quando querem se comunicar com marcas, segundo a pesquisa.
É nesse panorama que, na visão de João Risóleo, CEO da uMode, o WhatsApp pode ser utilizado no meio corporativo. “O WhatsApp se tornou a maior ferramenta de interação do Brasil. As pessoas se acostumaram a interagir pelo app, o que transformou o software no principal instrumento de vendas do país”, afirma.
O especialista destaca que, desde a eclosão da pandemia de Covid-19 no país – que trouxe à tona o confinamento e impulsionou o comércio on-line, em detrimento do comércio físico -, as pessoas se viram inclinadas a consumir e vender através do WhatsApp. “Na moda, trabalhamos com produtos que têm apelo de tendências, de expressão corporal, conceitual e até religiosa, como roupas e calçados – e o WhatsApp se torna um mecanismo para as marcas que buscam despertar no consumidor final o desejo e a compra impulsiva”.
Ao mesmo tempo, que avança, é necessário ter o cuidado para que o WhatsApp não se torne apenas uma ferramenta de vendas. Caso contrário, o aplicativo pode se transformar em um spammer – algo que o consumidor final passa a ignorar e pode vir, até mesmo, a bloquear. “O WhatsApp é uma oportunidade para estreitar o relacionamento com o consumidor e, ao mesmo tempo, detectar oportunidades de negócio que não estão sendo enxergadas”.
WhatsApp alterou a rotina no atacado e no varejo
Risóleo conta que, para empresas que trabalham com venda por atacado, o WhatsApp possibilita a interação direta com os lojistas, além de encurtar e acelerar o processo de vendas. O diálogo virtual proporciona uma interação mais próxima. Com isso, o vendedor não precisa se limitar a falar de vendas, podendo agir como um consultor.
“Muitas vezes, o lojista não tem a clareza exata de como compor um ‘mix’ assertivo, selecionar os melhores produtos, com as melhores cores e na melhor época do ano. Nesse ponto, o WhatsApp possibilita um trabalho muito próximo de consultoria”, pontua. “Com ele, você pode detectar o melhor horário para interagir, para falar de venda – ou sobre uma novidade que aconteceu, ou um material de marketing que esse atacadista vai prover para o varejista, entre outros ‘assets’ para auxiliar na venda”, complementa.
Da mesma forma, acrescenta o empresário, para o varejo a adoção do WhatsApp favorece a atuação como um consultor de vendas para o consumidor final. “Por meio do aplicativo de mensagens, o varejista pode se empenhar em conhecer o consumidor. Assim é possível alimentar o seu CRM de vendas com essas informações e ter todo o registro de tudo que aconteceu ou deixou de acontecer”.
Ele destaca que o ativo em questão pertence à empresa e, mesmo que o vendedor deixe o emprego, todo o histórico e a interação ficam registrados como um ativo do negócio.
Ferramentas são uma alternativa para o WhatsApp
Para além dos benefícios que o WhatsApp pode oferecer para o setor de moda, Risóleo enfatiza que é preciso se ater a alguns cuidados para atuar por meio do software do grupo Meta. “O aplicativo de mensagens, por si só, não basta. É importante investir em um bom catálogo para entregar uma experiência de consumo assertiva entre indústria e lojista, assim como do lojista com o consumidor final”.
Na visão do CEO da uMode, vale investir em ferramentas auxiliares para que as informações não se percam no WhatsApp. “Uma vez que você fez contato com um cliente que não está no momento de compra, é importante registrar em algum lugar, como um CRM, para retomar esse contato futuramente”.
Já quando o consumidor está no momento de compra e quer conhecer, prossegue Risóleo, o negócio deve ter um catálogo de qualidade, com uma boa disposição e descrição dos produtos. Além disso, é preciso ter a especificação de ficha técnica, assim como os diferenciais e as vantagens competitivas que o produto pode oferecer ao cliente.
“Vale registrar os feedbacks dos clientes, fazer um bom NPS – tanto do atendimento, como do catálogo -, como da experiência que o item ofereceu e proporcionou aos clientes”, pontua. “Por fim, o negócio de moda que atua no WhatsApp deve colher o feedback do que os consumidores sentiram falta em uma coleção para que isso gere um registro no CRM que vá fomentar, posteriormente, uma próxima coleção ou uma cápsula”, aconselha.
Para concluir, o especialista explica que o WhatsApp é uma ferramenta interessante para os negócios de moda, mas é necessário que exista toda uma retaguarda e aparato técnico para dar suporte. Assim, o aplicativo de mensagens pode ser usado como uma máquina de vender, e não mais um mecanismo para “encher o celular do cliente” de mensagens que serão ignoradas.
“Oferecer o produto certo, para o cliente certo e no momento certo, é o que determina o sucesso na performance de vendas através do WhatsApp”, finaliza Risóleo .
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