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181 anos da fotografia: como ela influencia a sociedade ao longo dos anos

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A fotografia registra a história da sociedade. Há 181 anos, este tipo de arte é um importante instrumento para a sociedade e a eternização de momentos e sentimentos. Com o passar dos anos, vimos as suas transformações e no modo como ela é produzida. Hoje, no Dia Mundial da Fotografia, vivemos um novo momento e uma ressignificação dessa forma de produção de imagens.

Denise Guimarães, fotógrafa e professora das Faculdades Integradas de Bauru (FIB), afirma que a fotografia é uma forma de comunicação e aprendizado contínuo, que alterou o modo como o ser humano se relaciona com o mundo. “Uma das características da fotografia é que para fotografar precisamos observar o entorno, o que nos faz refletir sobre como nos relacionamos com o mundo, e isso tem muito a ver com todas as referências e vivências que adquirimos pela vida”, analisa.

Para o fotógrafo e professor do Centro Universitário Barão de Mauá em Ribeirão Preto, Jefferson Barcellos, as fotografias são elementos transformadores para o ser humano. Ele conta que, pessoalmente, teve sua personalidade moldada pela produção fotográfica, a qual iniciou há aproximadamente 30 anos. “A fotografia me definiu como ser humano, ela me ajudou a construir minha personalidade, me fez me colocar no lugar do outro e vivenciar o que há de mais belo e tenebroso na vida”, revela.

Durante a pandemia

Atualmente, a transformação de vida para os fotógrafos foi ainda maior. Durante a pandemia, eles tiveram que se reinventar e a rotina de produção desse tipo de imagem, consolidada há anos, precisou se adaptar ao isolamento social. Recentemente, os desafios enfrentados pelos profissionais desta área foram destacados em matéria publicada pela Abraji.

Denise conta que a fotografia teve e continua desempenhando um papel fundamental ao registrar os fatos relativos à pandemia. Para isso, ela destaca o trabalho de coletivos de fotógrafos. De maneira independente, esses grupos têm registrado e compartilhado imagens importantes para a sociedade e que não teriam espaço em veículos de comunicação tradicionais.

“Creio que a fotografia mostra o quão importante continua sendo, construindo um rico acervo para que as próximas gerações entendam mais sobre a própria história, assim como as imagens fotográficas do passado nos permitem conhecer o passado”, reitera a professora.

História da fotografia

Considerado um dos primeiros registos fotográficos da história e o mais popular de sua época, o daguerreótipo (apelido dado à imagem gerada pelo protótipo de câmera) foi criado no dia 19 de agosto de 1839, pelo Louis Jacques Mandé Daguérre. Na época, o instrumento foi considerado uma revolução e, com o passar dos anos, tornou-se uma importante forma de eternizar momentos, desde cotidianos até acontecimentos históricos.

No início do século XX, a fotografia já tinha se popularizado e apresentava nomes importantes para essa forma de arte, como o Henri Cartier-Bresson, André kertész e Irvin Penn. Entre os fotógrafos principais nomes da fotografia do mundo, destaca-se também o brasileiro Sebastião Salgado.

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Com o passar do tempo, a produção de fotografias se tornou mais acessível e, hoje, é feita por todo o mundo, de modo que hoje pode ser chamada de ‘Pós-fotografia’. O conceito, criado por Joan Fontcuberta e discutido atualmente por teóricos em todo o mundo, refere-se à interligação entre fotografia, vídeo, iconografia e infografia nos dias atuais, de modo que os limites entre cada um deles deixam de ser claros.

Construção da sociedade

“O fotógrafo está o tempo todo registrando o presente, para que no futuro não sejam repetidas as atrocidades do passado. Inclusive, tomara que se revisitem mais fotografias dos últimos 50 anos. Nunca nosso país precisou tanto disso”, afirma Jefferson.

Para ele, os momentos mais marcantes de sua carreira foram as coberturas de importantes momentos para a história do país, que o fizeram compreender o mundo e entender seus posicionamentos. “Ter cobrido momentos importantes da redemocratização do país foram fundamentais pra mim, como eleições e o dia a dia das coisas da cidade foram incríveis e me ajudaram a entender melhor como me posicionar”.

A produção de imagens, no entanto, deve ser feita com cuidado. Denise pondera que essas produções têm grande impacto e devem ser pensadas com responsabilidade, como forma de comunicação. Quando feitas dessa forma, no entanto, a fotografia pode ajudar a construir uma sociedade mais justa, menos preconceituosa, mais humana.

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Julia Renó

Jornalista. Natural de São José dos Campos (SP), onde vive atualmente, após temporadas em Campo Grande (MS). Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MS) e voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, integrou o time de jornalistas do Grupo Comunique-se de julho de 2020 a abril de 2022.

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