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Carnaval chegando: medicamentos injetáveis podem ajudar a perder peso rápido?

Medicamentos baseados na semaglutida têm sido apontados como uma opção para ajudar na perda de peso. Mas, será que eles realmente funcionam a curto prazo?

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Curitiba – PR 15/2/2023 – Com isso, é possível que muitos casos não precisem chegar a uma cirurgia bariátrica porque vão estar com esse tratamento muito estruturado

Medicamentos baseados na semaglutida têm sido apontados como uma opção para ajudar na perda de peso. Mas, será que eles realmente funcionam a curto prazo?

A obesidade é uma epidemia crescente no Brasil, com mais de 60% da população com sobrepeso ou obesidade, segundo dados do Ministério da Saúde. Com o carnaval se aproximando, muitas pessoas buscam soluções para perder peso rapidamente. Nos últimos anos, o uso da semaglutida ganhou espaço como tratamento clínico para o controle do peso, mas seu uso é contínuo, não deve ser utilizado para perdas de peso rápidas, requer acompanhamento com especialistas e não descarta o tratamento cirúrgico para os casos mais complexos de obesidade.

A semaglutida é uma medicamento análogo (que mimetiza) a ação de um hormônio produzido pelo intestino, em resposta à alimentação, chamado GLP-1. Assim, ele demonstra ao cérebro uma sensação de saciedade mais precoce, reduz a velocidade de esvaziamento do estômago (o que faz o indivíduo se sentir cheio por mais tempo), auxilia a secreção de insulina pelo pâncreas e reduz a resistência à ação da insulina em outros órgãos, como o fígado.

O medicamento ficou conhecido através do nome “Ozempic”, injeção utilizada para controle do Diabetes Tipo 2 que apresentou o efeito da perda de peso em alguns pacientes que utilizavam doses semanais de 1mg. Foi então que o medicamento passou a ser utilizado como tratamento off label (uso além das indicações previstas em bula), de acordo com a experiência do médico que prescreve. Agora, a Anvisa liberou a semaglutida na dose de 2,4mg sob o nome de “Wegovy” especificamente para este tratamento.

De acordo com a endocrinologista, Dra. Paola Wyatt Brock, do Eco Medical Center, a semaglutida pode ser usada tanto para o tratamento do Diabetes Tipo 2 quanto para a obesidade e ajuda a perder peso a curto prazo, mas não é viável como solução única e não deve ser utilizada para situações específicas como o Carnaval, já que exige um acompanhamento médico.

“Com certeza é uma estratégia muito poderosa, porém, desde que aliada à prática regular de exercício físico adequado e também à reeducação ou reestruturação alimentar. Com isso, é possível que muitos casos não precisem chegar a uma cirurgia bariátrica porque vão estar com esse tratamento muito estruturado”, explica Paola.

No entanto, a endocrinologista não descarta o tratamento cirúrgico como uma importante ferramenta para o controle da obesidade e suas comorbidades e a possibilidade de somar os tratamentos para um controle da doença a longo prazo.

“No caso de não responder a este tratamento, a cirurgia bariátrica pode ser indicada e esses pacientes precisam ser acompanhados periodicamente. Em um segundo momento, caso o paciente não esteja perdendo peso de forma esperada, a medicação é uma possibilidade para auxiliar no tratamento, assim como no caso de pessoas que voltaram a ganhar peso após a cirurgia bariátrica”, reforça a especialista.

Neste sentido, o cirurgião bariátrico, Dr. Alcides Branco, explica que a obesidade é uma doença crônica, não tem cura e o tratamento cirúrgico da obesidade ainda é a ferramenta mais potente e eficaz para a qualidade de vida dos pacientes com obesidade grave e mórbida.

“Esses medicamentos não são uma solução mágica para o emagrecimento, mas sim um auxílio para o controle do peso e melhoria da saúde. A cirurgia bariátrica e metabólica são procedimentos reconhecidos há décadas. Além da perda de peso, o procedimento também auxilia para o controle de doenças metabólicas como o diabetes tipo 2, a hipertensão arterial, reduz problemas cardiovasculares, entre outros benefícios”, reflete Alcides Branco.

Ainda segundo o cirurgião, estudos recentes têm demonstrado efeitos positivos a médio e longo prazo para a qualidade de vida destes pacientes.

“Cerca de 85% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica e metabólica entram em remissão do diabetes, ou seja, deixam de tomar medicamentos e insulina, já no primeiro ano de pós-operatório. Estudos também demonstram que o procedimento também reduz em 40% o risco de mortalidade por causas cardiovasculares e em 63,1% a doença renal crônica causada pelo diabetes, por exemplo”, explica Branco.

Indicações para tratamento cirúrgico

Entre os critérios de indicação para a cirurgia bariátrica está o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 34,9 kg/m² e 40 kg/m² na presença de comorbidades relacionadas ao excesso de peso; acima de 40 kg/m², sem comorbidades; e constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista.

No caso da cirurgia metabólica, que tem como foco o controle do Diabetes Tipo 2, os critérios são IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m², idade entre 30 e 70 anos, ter diabetes mellitus tipo 2 há menos de 10 anos, indicação cirúrgica feita por endocrinologista e parecer mostrando que o paciente apresentou resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que compareceu ao endocrinologista por no mínimo dois anos.

Website: https://www.ecomedicalcenter.com.br/

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