Entrar para faculdade é um dos momentos mais importantes da vida, a escolha de um curso superior pode decidir o nosso futuro profissional e até mesmo aquilo que vamos fazer para nos sustentarmos financeiramente. Atualmente, estou no 3º ano do curso de jornalismo e ao longo desses anos aprendi muitas coisas, algumas animadoras e outras nem tanto, mas que fizeram eu me tornar uma pessoa diferente. Há muita gente que tem uma visão equivocada do curso de jornalismo achando que tudo se resume ao glamour da TV. Afinal, o que se vive em um curso da área de comunicação? Quero aproveitar esse espaço para compartilhar um pouco da experiência que tive nesses quase três anos.
Os prazos são apertados
Durante boa parte do curso, principalmente em finais de bimestres, é uma correria total com os trabalhos a ponto de chegarmos a questionar se isso está valendo a pena ou pensar em abandonar o barco, alguns trabalhos não são simples de fazer e dependem de outros fatores além de sua vontade. O pior é que muitos deles valem boa parte da nota bimestral, portanto não tem essa de fazer tudo de qualquer jeito achando que vai enganar o professor e garantir sua nota.
Quem trabalha tem ainda mais dificuldades, pois é necessário abrir mão do descanso de fim de semana para se dedicar aos “trampos” da facul.
No meu caso, as situações de mais aperto e correria que passei foram nas matérias de rádio e telejornalismo, onde é necessário agendar entrevistas e gravações com algumas pessoas, às vezes o entrevistado não tem o mesmo horário disponível que você ou com o responsável pelas filmagens, mas no final tudo ou quase tudo dá certo e você amadurece para encarar a correria da profissão, mas o aperto para agendar tudo e deixar o material pronto na data estipulada é grande e a chance de ficar louco com o monte de prazo e agendamentos é gigante. Também passei um pouco de aperto em trabalhos de fotojornalismo, já que a faculdade não tinha câmeras disponíveis para emprestar a todos os alunos nos finais de semana, já tive que fazer trabalhos desse tipo bem na semana da entrega.
Ficamos mais críticos
A faculdade de comunicação não deixa ninguém mais inteligente, mas torna a pessoa mais crítica e aumenta a visão de mundo. Passamos enxergar as coisas além do senso comum, entendemos e nos revoltamos ao pensarmos sobre assuntos relacionados à mídia, política e sociedade. Ficamos mais tolerantes para algumas coisas e intolerantes para outras. Em discussões, ficamos mais arrogantes e humildes ao mesmo tempo. Arrogantes por achar um absurdo determinada opinião. Humildes por entender os motivos que levam a pessoa pensar daquele jeito. Entendemos porque as coisas funcionam de tal maneira, mas nem sempre nos conformamos com absurdos do mundo. Sabemos que é difícil de transformar algo, mas sempre temos uma pequena esperança que algo mude.
O começo nem sempre é o que se imagina e nem toda aula é legal
No início do curso tem muitas matérias que você pode perguntar o motivo delas na grade do curso, geralmente são coisas teóricas e cansativas nem sempre agradáveis de ler, você não vai ver à hora de acabar essas matérias e entrar na parte prática do curso. O pior é que aulas teóricas costumam ser mais monótonas e complicadas de se manter concentrado durante todo o tempo. Mesmo após diminuir as disciplinas teóricas haverá aulas práticas de matérias detestáveis com os professores que nem sempre vão agradar a todos. Apesar de algumas teorias parecerem inúteis e chatas, pode ter certeza que serão importantíssimas para abrir sua mente e encarar de forma mais madura a sua futura profissão e o decorrer do curso.
Nem tudo é festa
Todo universitário já deve ter imaginado as horas de festas ou farra na faculdade. De fato, tem um ou outro momento de diversão, zoação ou mesa de bar, mas na maior parte do curso convivemos com a correria dos trabalhos, além de lutarmos a cada dia para manter o foco nas aulas que se tornam cada vez mais importantes e uma falta pode fazer uma grande falta para sua carreira (perdão pelo trocadilho).
Você pode até ficar no bar na maioria dos dias da semana ou matar aula e tentar levar tudo “nas coxa”, mas dificilmente irá terminar o curso dessa maneira e, se terminar, provavelmente será um péssimo profissional. Não é querendo pagar de moralistão de internet, mas quem não leva a faculdade a sério dificilmente conseguirá o apoio dos colegas de classe mais esforçados e estará perdendo tempo e dinheiro. É importante ter os momentos de descontração, pois muitos deles ficarão marcados em nossas vidas, só que não podemos perder o foco do curso, senão podemos ficar pelo caminho.
Esqueça um pouco essa história de ser famoso ou estrela de TV
Pode ser que alguém que apareça no vídeo se torne mais conhecido e famoso, mas quem pensa em entrar para uma faculdade somente com esse objetivo pode estar totalmente alheio à realidade. Claro que você pode ter o intuito de ser um jornalista conhecido e reconhecido por aparecer na TV, mas nem sempre será esse glamour. Na maioria das vezes teremos que lidar com a correria e as críticas do cotidiano.
Dependendo a área do jornalismo que trabalharmos, iremos correr o risco de nem sermos reconhecidos como merecemos. Você pode fazer uma grande matéria ou reportagem e nem ficarem sabendo direito que ela foi produzida por você, simplesmente pelo fato das pessoas valorizarem em excesso aquilo que aparece na TV. Lógico que tem os fatores comerciais envolvidos nisso, mas aí já é outra discussão. Aposto que todo mundo que cursa jornalismo já ouviu coisas do tipo: “‘tá’ fazendo jornalismo? Espero te ver na TV um dia”. Podemos estar na TV, mas ficar de fora da tela não significa o fracasso profissional.
Para explicar de forma simples, você é jornalista para produzir e apurar informações e isso pode exigir o trabalho de várias pessoas e mídias. Portanto. jornalista não é só aparecer no vídeo, muito pelo contrário, o jornalista provavelmente terá mais trabalho do que glamour (em qualquer nicho em que for trabalhar).
Aprender trabalhar em grupo e lidar com timidez
Quem é tímido pode fazer um curso de comunicação sim, até porque de alguma forma você vai perdendo a timidez durante os seminários e trabalhos em grupo onde todos têm que dar alguma ideia. Sei que é difícil para quem é tímido como eu sou, mas ao longo do curso você muda, pode ter certeza, mesmo que passe despercebida.
Nos trabalhos em grupo nem sempre você vai trabalhar com quem gosta ou com quem pensa igual a você, os temas nem sempre serão interessantes, mas tudo isso vai ajudar no seu conhecimento e te amadurecer para trabalhar e debater com quem pensa diferente e, assim, estar mais preparado para quando estiver em uma profissão que exige trabalho em equipe.
Bom, apesar de todas as dificuldades de um curso de jornalismo, os momentos da faculdade ficam marcados na nossa vida, cada perrengue e cada momento de diversão ficará guardado em um cantinho especial da nossa memória. Obviamente, queremos se formar logo para ter uma profissão e buscar uma qualidade de vida melhor, mas na hora que acabar ficaremos com saudades de algumas pessoas que convivemos durante os quatro anos e dos momentos de diversão e perrengues que nos ajudaram/ajudarão a amadurecer na vida profissional.
(*) Lucas Dorta. Integrante do projeto ‘Correspondente Universitário’ do Portal Comunique-se. Estudante do 6º semestre do curso de jornalismo das Faculdades Integradas de Jahu. Twitter / Facebook / lucassouzadorta@hotmail.com.
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