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Benja, o cronista esportivo raiz!

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Formado em economia, profissional se destaca na crônica esportiva. Em entrevista ao Portal Comunique-se, Benjamin Back, o Benja, relembra seu início no jornalismo, fala sobre publicidade e relacionamento com marcas e destaca seus atuais projetos

Um economista que trabalha num site de fantasy games e que de anunciante se tornou integrante do ‘Estádio 97’, tradicional programa do rádio paulista reconhecido por misturar informação com descontração quando o assunto é futebol. Assim, lá no ano 2.000 Benjamin Back iniciou a sua carreira da crônica esportiva. Carreira que em menos de 20 anos se tornou multimídia, indo para o impresso e também para a televisão. Agora, já como destaque no ambiente virtual, tendo mais de 1 milhão de seguidores no Twitter, Benja, como o comunicador também é conhecido, chega para reforçar o time de blogueiros do UOL Esporte.

Com o Blog do Benja, que está no ar desde 18 de junho, o comunicador que se coloca com um verdadeiro cronista esportivo raiz espera receber “muitos xingamentos”, conforme conta em entrevista ao Portal Comunique-se. No bate-papo, porém, os assuntos não se resumem ao trabalho dele na blogosfera, ao comando do ‘Fox Sports Rádio’ e nem ao tempo em que permaneceu no ‘Estádio 97’. Benjamin Back, também coloca em pauta temas relativos à publicidade e ao relacionamento com marcas. Afinal, é patrocinado pela Puma há sete anos e, recentemente, se tornou parceiro da OI. Por fim, Benja também analisa o momento do meio radiofônico.

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista com Benja:

CRONISTA MULTIMÍDIA

Como que um economista com experiência na área comercial acabou entrando para o jornalismo esportivo? Já tinha interesse em atuar na área ou foi meio que sem querer que, em 2000, você entrou para o time do ‘Estádio 97’? Como aconteceu o acerto para fazer parte do programa?

Eu trabalhava naquela época num site de fantasy games chamado FFC (Fanáticos Futebol Clube) e por ser uma coisa diferente queríamos anunciar em algum programa que não fosse tão convencional, e achamos o ‘Estádio 97’, que tinha um formato diferente e com pouco mais de um ano de existência. Após um período, o Sombra, que foi o grande mentor do programa, ligou marcando um almoço. Como eles passavam por uma fase de turbulência entre os participantes, achei que esse encontro era para comunicar que o programa iria acabar e que eles apenas nos agradeceriam pelo apoio…

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Benja em tempos de ‘Estádio 97’ (Imagens: reprodução/Twitter)

No entanto, para minha total surpresa, o Sombra naquele dia me fez o convite para ser um dos apresentadores! Fiquei sem reação na hora, e aí ouvi dele: “você é divertido, comunicativo, conhece um monte de gente, corintiano, topa?”. Um ano depois, fui bater na porta do Lance com uma pasta cheia de textos que escrevia no FFC, onde tinha uma coluna chamada ‘Futebol, Mulher & Rock’n’ Roll’. Fui recebido pelo editor na época, o Mag (Marcos Augusto Gonçalves) e eis que ele naquele mesmo dia me deu a contracapa para escrever. Resumo: foram 18 anos de ‘Estádio 97’; e 13 anos de Lance, sendo duas colunas semanais, um blog, e o Papo com Benja, um programa semanal de entrevistas.

Você sabia? Antes de integrar o time de apresentadores do ‘Estádio 97’, Benja era anunciante do programa

Do trabalho da rádio, o corintiano do ‘Estádio 97’, você foi se destacando e se tornando referência na imprensa esportiva, com participações em programas de televisão (isso antes mesmo de ir para o Fox Sports) e projetos na mídia escrita e online, para onde você volta por meio do Blog do Benja, no UOL. Com a carreira na imprensa esportiva começando em 2.000 a quais fatores você credita esse seu sucesso no meio?

Credito ao fato de não me espelhar em ninguém, sou eu mesmo. Desde o primeiro dia coloquei na cabeça que para me destacar precisava ser diferente do que já existia no mercado. Falar e escrever de forma simples e objetiva. Misturar informação com irreverência e bom humor. E sempre me preocupei em ser o mais natural possível e não tratar o futebol como matéria de faculdade, porque o futebol não é algo chato para ser tratado de forma chata!

Conforme já mencionado, depois de passagem pelo Lance você está de volta à blogosfera, com o recém-lançado Blog do Benja. Como surgiu a ideia de criar a página em parceria com o UOL? E o que os leitores/internautas podem aguardar desse projeto, em termos de formatos e de conteúdos?

O convite partiu do próprio UOL, sendo que aceitei na hora. Afinal, estamos falando de um verdadeiro canhão, uma referência no mundo digital. E os leitores/internautas podem esperar polêmicas, irreverência, opiniões fortes, informação e bom humor. E eu espero muitos xingamentos (risos).

“Desde o primeiro dia coloquei na cabeça que para me destacar precisava ser diferente do que já existia no mercado”

Na TV, com o ‘Fox Sports Rádio’, é perceptível que, em muitas ocasiões, os debates se tornam realmente acalorados, como no episódio de maio em que houve discussão de cunho político com o Flávio Gomes. Fora do ar, como é a relação entre os integrantes da atração? São amigos? Como deixar as brigas apenas nos estúdios dos canais Fox Sports?

O ‘Fox Sports Rádio’ é o programa mais raiz da tevê brasileira! Nada é combinado ou armado, as discussões acontecem de forma espontânea. Somos um grupo que já está junto há praticamente seis anos. Gerações e perfis diferentes, e todos com personalidade muito fortes. Felizmente, há uma maturidade entre nós, pois todas as brigas nunca foram levadas a diante. Ou seja, o que acontece em Vegas fica em Vegas.

Quem acompanha o seu trabalho percebe um ponto: o seu arsenal de fontes. Há, ainda, personagens do meio esportivo que seguram exclusivas para você, como o recente caso do ex-goleiro e ex-dirigente da CBF, Gilmar Rinaldi. Até como orientação para jovens profissionais que pensam em seguir carreira na mídia esportiva: quais dicas você pode dar para construir uma boa rede de contatos?

Essa rede de contatos se constrói com os anos, não há uma fórmula para isso, as coisas vão acontecendo. Em relação a dar dicas, acho muita presunção minha querer ensinar alguém, mas posso falar o que sempre pensei para mim: não faço questão de ser o melhor, mas apenas o diferente! E não aconselho ninguém a ficar se espelhando muito em alguém que admire, isso o levará a querer ser o que você não é! Tipo essas bandas covers

Curiosidade: em vídeo, Benja relembra um momento inusitado de sua carreira na crônica esportiva. Assista!

INFORMAÇÃO & PROPAGANDA

Seja pelas redes sociais ou em outros canais, você se tornou alguém requisitado pelas mais variadas marcas, o que já acontecia desde os tempos de ‘Estádio 97’. Com essa experiência com merchans e publicidade, quais as suas atuais ações com marcas? Quais novidades estão por vir nesse segmento?

Desde quando comecei a parte comercial sempre foi algo que me interessou bastante. Inúmeras vezes consegui viabilizar projetos através de marcas que acreditavam em mim, seja apresentando eventos, dando palestras, gravando campanhas publicitárias e principalmente na geração de conteúdos digitais. Sou patrocinado pela Puma há sete anos, fechei recentemente um contrato com a operadora OI, e tem mais coisas pintando por aí, mas que por contrato ainda não posso divulgar. Mas um dos cases mais bacanas que já fiz foi quando fui por dois anos embaixador da Sony no Brasil, com grande atuação no online e participações em eventos.

Há, ainda, certo tabu na imprensa — inclusive na esportiva — que é a questão de o jornalista não ter ligação alguma com publicidade…

Respeito que faz propaganda. E respeito quem não faz. Nesses meus 20 anos na área, nunca tive qualquer problema, ou conflito de interesses.

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Benjamin Back e o time do ‘Fox Sports Rádio’ (Imagem: divulgação/Fox Sports)

“As marcas hoje precisam estar muito atentas as novas plataformas de comunicação”

Como alguém formado em economia e teve experiência direta na área comercial, quais os pontos que você destaca para uma marca ter sucesso em ações promovidas junto à imprensa, sobretudo à esportiva? De parte comercial mesmo, quais os cuidados que o anunciante deve tomar na hora de aparecer na mídia?

As marcas hoje precisam estar muito atentas as novas plataformas de comunicação e quem elas querem atingir. Se fosse anunciante, por exemplo, não pensaria duas vezes em patrocinar o futebol! Entretenimento puro, fala com todas as classes sociais e targets, está presente em todas as mídias, isso sem falar que o futebol é algo tão incrível, que por mais que esteja ruim, e todo mundo reclama, mas todo mundo assiste. O futebol ainda é algo 100% emoção!

É nítido o seu carinho com o meio rádio. Há perspectiva de voltar ao dial? Atualmente, que tipo de formato você acredita que poderia comandar em alguma emissora radiofônica?

O rádio é algo delicioso de se fazer, mas ele mudou muito, e é preciso acompanhar os tempos. O rádio se transformou numa verdadeira plataforma multimídia. Ou seja, você não ouve mais o rádio apenas quando está no carro! Hoje você ouve pelo aplicativo no seu celular e ainda assiste pelo YouTube no seu tablet, smartphone, notebook, e até mesmo na TV. Há dez anos, se você dissesse que assistia o rádio pela TV o chamariam de louco, mas hoje um adolescente, por exemplo, talvez assista muito mais o ‘Pânico’ pelo Youtube do pelo próprio rádio. Eu mesmo as vezes passo horas vendo o ‘Pânico’ na minha televisão.

“Se fosse anunciante, por exemplo, não pensaria duas vezes em patrocinar o futebol!”

Acredita que pode, inclusive, fechar parcerias com anunciantes para estrear um projeto esportivo?

Em relação a algum projeto em rádio, não tenho pretensão de fazer nada em termos de futebol, mas se pintasse um programa de música ou de variedades, eu pensaria com muuuuuuuuuito carinho.

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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