Edson de Oliveira
Nunca senti tanta falta de uma câmera de filmar ou de fotografar como senti quando trabalhei em uma loja de conveniência em Pinheiros, cuja frente ficava para a avenida Eusébio Matoso e o fundo, para a Butantã. Isso porque, quando eu menos esperava, via alguém roubando a cena, quando não outras coisas, como dois orientais que, já chapados quando entraram na loja, pegaram uma garota que estava se insinuando para eles, entraram no carrão e foram embora sem pagar a conta!
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Já a cena com um famoso roqueiro que eu conhecia de outros shows, como o que ele fez em Curitiba quando, coincidentemente, viajou no mesmo ônibus que eu, aconteceu depois que ele e um dos companheiros de banda dele deixaram a mesa onde eles haviam comido cachorro-quente com queijo cheddar e molho chili, do jeito como os funcionários da loja em que eu trabalhava gostavam.
Ele estava em um dos corredores, escolhendo algum produto, quando, sem noção do perigo, um freguês que costumava beber além da conta passou a mão na bunda dele!
De repente, o roqueiro ficou tão furioso com o bêbado, que, do lado de fora da loja, em frente a uma já congestionada avenida Eusébio Matoso, só não quebrou a vassoura com a qual eu ainda ia fazer faxina porque, acho, o companheiro de banda com o qual ele estava não deixou.
Se, por um lado, não tive a sorte de estar com minha velha Yashica à mão para registrar as impagáveis cenas descritas acima, por outro, tive para fotografar as duas coelhinhas gêmeas que estavam promovendo a revista “Playboy”. A beleza delas me deixou tão distraído, que demorei mais de 25 anos para descobrir que quem estava na capa da inesquecível revista em janeiro de 1995 era a nadadora gaúcha Ana Alice, não a modelo Adriane Galisteu, que saiu naquele mesmo ano, em agosto.
