O jornalista Carlos Henrique Melo Ferreira, da TV Justiça, foi agredido e preso por soldados do Exército
Auxiliar de cinegrafia da TV Justiça, o jornalista Carlos Henrique Melo Ferreira foi imobilizado, agredido e preso por soldados do Exército na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O caso aconteceu na segunda-feira, 19, e foi denunciado em reportagem do G1, o portal de notícias da Globo.
A matéria, que revela em vídeo o momento em que o jornalista é agredido, informa que Carlos Henrique estava indo trabalhar no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) quando foi barrado pelos militares. O profissional estava com crachá e se identificou. O vídeo veiculado pelo G1 mostra quando o comunicador é derrubado no chão e revistado. É possível ver, também, que um homem de terno e gravata tenta impedir a gravação das imagens.
Depois da ação, o jornalista foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia, no Plano Piloto, onde foi registrado um boletim de ocorrência por desobediência e resistência. Carlos Henrique fez exame de corpo de delito e durante o depoimento entregou os vídeos para a Polícia Civil, que vai analisar as imagens.
Ao G1, a assessoria de imprensa do Exército disse que os militares delimitaram um perímetro de segurança no local em função do Fórum Mundial da Água, evento mundial que debate questões relacionadas ao uso da água no planeta, mas que o profissional da imprensa tentou ultrapassar, a pé, um dos bloqueios. “O Sr. Carlos Ferreira foi informado, por diversas vezes, que não estava autorizada a presença de pessoas não credenciadas naquele local. Apesar disso, desobedeceu a ordem de parada e desacatou os militares responsáveis pela segurança”.
O G1 conversou com o jornalista, que negou desacato, e explicou que estava atrasado e, ao ver o trânsito congestionado, decidiu fazer parte do trajeto a pé. Quando chegou perto do Palácio do Itamaraty, o jornalista disse que foi abordado por dois policiais do exército e informado de que não poderia passar pelo prédio, tendo, assim, que dar a volta pelo Ministério da Saúde para chegar ao STF, que era o destino final. Foi neste momento que começou o conflito.