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Emissora de TV desfaz equipe feminina de narração esportiva

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Rede Vida desiste de transmitir o Campeonato Paulista Sub-17 com equipe feminina. Narração esportiva do torneio, que se aproxima da fase final, seguirá na emissora de TV, mas com comunicadores homens

Durou apenas dois meses a experiência da Rede Vida com equipe feminina de narração esportiva. Depois de muita pompa na divulgação, a direção da emissora de TV muda de estratégia. Saem da transmissão do Campeonato Paulista Sub-17 as jornalistas Vivi Falconi e Elaine Trevisan. Entram comunicadores do time masculino, que na última semana perdeu o locutor e apresentador Luiz Carlos Fabrini.

A mudança do canal ocorre no momento em que o torneio de categoria de base se encaminha para a fase decisiva. Neste sábado, 6, a Rede Vida exibirá Mirassol X São Paulo Futebol Clube. A partida será válida pela 25ª rodada do Paulista Sub-17 deste ano. Após o próximo fim de semana, haverá apenas mais uma rodada na primeira fase. Depois, o campeonato dará início à fase eliminatória — e não contará com narração e comentários femininos.

Por meio de seu perfil no Facebook, Vivi Falconi avisou do desfecho da equipe feminina de transmissão esportiva da emissora. A jornalista postou uma foto em que aprece entrevistando um jogador do São Bernardo, equipe que enfrentou o Palmeiras na última rodada da competição. “A foto do último jogo que fiz do Paulista Sub-17. E nem imaginava que era o último”, afirmou. Ela revezava funções com Elaine Trevisan. Enquanto uma narrava, a outra comentava — papel que se invertia rodada após rodada exibida pela Rede Vida.

“Novamente, o caderninho [de narrações] vai dar uma pequena pausa. Sim, pequena, porque para quem sonha e trabalha, tudo é só uma questão de tempo. Ninguém disse que seria fácil, e nós, mulheres que trabalhamos com futebol sabemos que não é fácil”, escreveu Vivi Falconi. Ela, assim como Elaine Trevisan, segue como contratada da Rede Vida. Seguirá na função de produtora, enquanto a colega retornará às reportagens.

Luta contra preconceitos

Vivi Falconi reforçou que, na função de narradora esportiva, tem de lidar com obstáculos. “O machismo ainda existe sim, o preconceito também. Mas não é hora de desistir. É olhar para frente, valorizar o aprendizado e seguir. Sempre digo que nesta jornada que estamos construindo, estamos colocando tijolo por tijolo. É um trabalho árduo e de persistência”, publicou a jornalista, que fez questão de agradecer a Rede Vida pela oportunidade.

De volta à produção, Vivi Falconi sinaliza que não desistirá de seguir atrás do sonho de se firmar como locutora esportiva. Não é para menos. Afinal, ela já entrou para a história da televisão brasileira. Ao vencer o concurso realizado pelo – hoje extinto – Esporte Interativo, ela se tornou a primeira mulher a narrar um jogo de Champions League na TV do país.

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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