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Fake news e memes: uma eleição em que a sociedade saiu derrotada

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A sociedade foi derrotada nessa eleição. É a análise do jornalista Lucas Dorta. Em artigo para o Portal Comunique-se, ele aborda cita as fake news que emergiram em meio às campanhas

Uma eleição em que a sociedade brasileira já saiu derrotada. Foi eleição que nos mostrou a hipocrisia de algumas pessoas que sentem a necessidade de dizer a todo momento que são “cidadãos de bem”. Uma eleição em que o jornalismo foi tratado como absoluta fake news e as fake news foram tratadas como verdades absolutas e tudo com apoio de um certo grupo político e de “influencers” especialistas em nada que fizeram sucesso apenas com base em discursos emocionais. E falando em jornalismo, a sociedade que pede mais honestidade elegeu como deputada uma jornalista que espalha boatos e plágios e olha que poderá ser líder do grupo do presidente que “promete acabar com tudo isso que tá aí”.

A eleição em que vários candidatos prestaram um enorme desserviço ao classificarem qualquer oposição como comunismo ou socialismo, o que vai significou uma grande desinformação para boa parte da sociedade brasileira. Que os conceitos básicos de ideologias e vertentes das correntes políticas sejam ensinadas nas escolas para reparar os erros deste período histórico cheio de superficialidade.

“A sociedade que pede mais honestidade elegeu como deputada uma jornalista que espalha boatos e plágios”

A eleição em que troca de ideias e apresentação de projetos foram substituídos por memes que levaram a uma infantilização do debate. A eleição em que vimos imagens bizarras como a de um candidato comemorando placa rasgada com o nome de vereadora assassinada e, pior, um monte de gente aplaudindo a cena. A eleição de questionamentos em relação a urna que está há anos “elegendo” políticos liberais, progressistas, conservadores, direitistas e esquerdistas, dos mais variados partidos. O mesmo equipamento que já computou votos que colocaram desde um sociólogo até um líder sindical na presidência. A eleição em que vimos a democracia ser ameaçada pela intolerância e por fantasmas do passado de um país que acredita em salvadores da pátria e ignora a própria história

A eleição em que fatos históricos foram questionados por pessoas que criam suas próprias verdades em uma bolha onde pretendem viver a própria realidade. A eleição em que percebemos a diferença das pessoas que apenas querem ter discordâncias de forma civilizada entre as ideias e projetos ou que estão desesperadas e perdidas, daquelas pessoas que realmente são intolerantes e justificam a todo custo frases que pregam ditaduras, perseguição a adversários e que chamam qualquer tipo de oposição de comunista.

“A eleição em que fatos históricos foram questionados por pessoas que criam suas próprias verdades”

Foi a eleição da bizarrice em que muitos prints de internet deverão ser colocados nos livros de história no futuro para todo mundo ver o quanto este período foi ridículo, se é que não ficará ainda mais.

A eleição em que a torcida de muita gente é pra ter eleição em 2022 e pra quem acha que tudo piorou no período democrático é só acompanhar o Brasil em Dados e ver a evolução do país no período de redemocratização.

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Por Lucas Dorta. Jornalista formado pelas Faculdades Integradas de Jaú (FIJ).

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