Com a crescente disseminação das fake news, a população mostra-se cada vez mais acostumada a aceitar informações falsas sem questioná-las.
Há uma linha – por vezes tênue- entre o que diferencia a verdade de uma pessoa para outra. Quando a barreira é ultrapassada de algum modo, muitos entendem que uma fake news surgiu. Essa forma um tanto quanto egocêntrica e simplista de perceber uma mensagem é uma das razões que contribuem para a banalização das fake news.
A expressão é do século passado, mas ganhou força a partir das eleições americanas de 2016. O termo foi a palavra do ano em 2016 e 2017. Porém, de lá para cá, apropriações indevidas vêm também banalizando o significado e a importância das fake news. E, como tudo o que se torna banal, termina por cair no esquecimento e na falta de combate.
Amplamente disseminadas via internet e redes sociais, as fake news ganharam potencial de danos individuais, mas, principalmente, coletivos. Com o uso do termo de forma mais trivial, deixou-se de lado algumas premissas que não nos deixavam esquecer o quão prejudicial uma fake news pode ser.
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Um exemplo são as vacinas, especialmente as que combatem o coronavírus, mas antes delas também. Campanhas difamatórias que questionaram a segurança e o uso dos imunizantes criaram um movimento antivacina e ameaçaram o combate de doenças como a poliomielite. Diante da Covid-19, as teorias conspiratórias vão ainda mais longe e alegam que, ao receber a vacina, um chip seria implantado em nossos corpos, pelos chineses!
Ocorre que, com a banalização das fake news, fatos como os mencionados acima já não são vistos com a mesma incredulidade de antes pela grande massa das pessoas. Os acontecimentos são recebidos, não são questionados da forma mais correta e apenas se decide se eles serão tomados como verdades ou não. Perdemos um pouco do espanto que antes havia diante desses fatos que, mesmo comprovados cientificamente, como é o caso das vacinas, ainda angariam adeptos e disseminadores dos mesmos.
Tudo isso é muito prejudicial ao nosso desenvolvimento enquanto sociedade, pois reduzem as chances de se buscar erradicar os temas e punir os responsáveis por notícias falsas.
*Alessandra Fedeski é jornalista com especialização em marketing político.