Professor doutor do curso de jornalismo da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Nove de Julho (Uninove), Alexandre Barbosa foi entrevistado pela TVT, emissora mantida pela Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Na conversa com a apresentadora Talita Galli, exibida nesta semana durante o noticiário ‘Seu Jornal’, o acadêmico, reconhecido por seu trabalho de pesquisa sobre a América Latina, disparou críticas contra a mídia brasileira e venezuelana.
O entrevistado da TVT disse que a oposição da Venezuela sabe aproveitar a fragilidade política de Nicolás Maduro, além de “agir muito bem com a imprensa” local. “Se nós reclamamos muito da nossa indústria jornalística aqui, a da Venezuela é muito pior”, analisou. “A imprensa venezuelana é muito mais golpista que a nossa”, disse o professor de jornalismo ao ser questionado sobre a atuação dos veículos de comunicação do país vizinho – e dando a entender que, em menor escala, a mídia nacional também trabalha em prol de golpes políticos.
“Agora, nos últimos tempos, isso [desabastecimento de alimentos] é uma realidade, por causa dessa cenário econômico”, afirmou Barbosa. “Recomendo aos telespectadores todos procurarem nas redes um vídeo chamado ‘A Revolução não será Televisionada’, que mostra como, ainda num momento de popularidade do governo Chávez, a indústria jornalística venezuelana fez um forte aparato para derrubá-lo. E quase conseguiu. se não fosse por uma ala legalista do Exército venezuelano, o Chávez teria caído”, analisou o pesquisador. “Eles [meios de comunicação] aproveitam qualquer confronto que acontece nas ruas venezuelanas”, complementou.
A pauta em questão da entrevista foi a tentativa do Congresso da Venezuela de destituir Maduro da presidência do país por “abandono de cargo”, o que chegou a ser rechaçado pelo Tribunal Supremo de Justiça, órgão que funciona como a suprema corte do país. Barbosa disse que o presidente venezuelano sofre com a carência de apoio no Congresso. “Ele não tem base parlamentar nenhuma”, pontuou o professor de jornalismo, que ainda falou que a nação vizinha está em meio à crise internacional do petróleo, “com a falta de dividendos e o aumento da inflação”.