Uma das melhores professoras de português que já tive, dona Iclea, com a qual, depois de 40 anos, tenho tido o prazer de trocar mensagens, nunca me saiu da lembrança. Não só pela inevitável chamada que ela me deu no dia em que, parecendo querer fazer parte da turma dos que não levavam a sério a escola, deixei de fazer a lição de casa, mas também pelas imperdíveis aulas de gramática, principalmente de análise sintática.
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Outra forte lembrança é da vez em que, em uma animada conversa com a professora de sociologia, ou, como dizíamos no ginásio, estudos sociais, ela deixou a classe curiosa para saber o significado daquela que, até onde minha velha memória consegue chegar, foi a segunda palavra que procurei no dicionário: “lacônico”.
A primeira foi “frenético”, que me levou ao pai dos burros por causa do nome da banda que fazia o tema de abertura de ‘Dancin’ Days‘, novela à qual assisti em 1978, quando eu estava na quarta série.
Mas foi no Livro das Virtudes, no qual o secretário de Educação dos Estados Unidos no governo Reagan, William J. Bennett, reúne poemas, fábulas, lendas, contos de fadas, relatos biográficos, discursos etc. dos mais diferentes tempos e lugares, que descobri de onde vem o adjetivo cujo significado minha inesquecível professora de português não disse a nenhum de seus alunos: “Os espartanos ocupavam a região no sul da Grécia chamada Lacônia, por isso eram também chamados lacões. Destacavam-se pelos costumes simples e pela bravura. Eram também famosos por usar poucas palavras, cuidadosamente escolhidas; ainda hoje se diz que as respostas curtas são ‘lacônicas’.”.