Para não deixar a mentira imperar por muito tempo, não por acaso o Dia do Jornalista é celebrado menos de uma semana depois do 1º de abril. Cada vez mais marcado por ajudar a combater mentiras diversas, que evoluíram com o passar do tempo e ganharam a gourmetizada definição de fake news, o jornalismo parece não ser simples de ser definido. Nesta quarta-feira, 7 de abril de 2021, em mais um Dia do Jornalista, o Comunique-se se lançou a seguinte pergunta a alguns amigos da comunicação: afinal, o que é o jornalismo? As respostas foram as mais diversas possíveis.
Orgulhoso pai da repórter Julia Renó, o professor de jornalismo Denis Renó acredita que o termo em si poderia ser classificado como ciência. Porém, é preciso ir além disso. “É o comprometimento com a sociedade, com o bem social”, ponderou o acadêmico que leciona no campus de Bauru (SP) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Fora a profissão, ele se propôs a definir quem, afinal, é o agente responsável por manter viva a chama jornalística mundo afora, “Quando penso no jornalista, penso nele sendo um funcionário do povo. Pode-se trabalhar numa televisão, num jornal, numa rádio ou em um site de notícias, mas, de verdade, ele é funcionário do povo”, complementou.
Comunicador multifacetado — com atuação na televisão, no rádio e com quase 500 mil seguidores no Instagram —, Matheus Ribeiro é outro a não desassociar o jornalismo do profissional por trás dele. “É aquele ser curioso. É aquela pessoa que olha o mundo que o cerca sempre com um ponto de interrogação à frente. Que não sossega enquanto não descobre todas as minúcias de coisas do cotidiano que, talvez, para outras pessoas sejam extremamente banais”, afirma o apresentador. “Ser jornalista é, sobretudo, ser corajoso”, prossegue, ao enfatizar a necessidade de se trabalhar contra preconceitos.
Mais do que tentar definir o que é jornalismo, o premiado cronista esportivo Milton Neves — duplamente vencedor do Prêmio Comunique-se em 2019 — preferiu chamar a atenção para o fato de que, segundo ele, a profissão pode, inclusive, ter nova definição. A começar, abrindo espaço para se juntar cada vez mais a outra parte da comunicação social. “Se todo mundo tivesse seguido o meu exemplo, casando o jornalismo com a publicidade, não teríamos tanto desemprego [na área]”, afirmou o contratado do Grupo Bandeirantes de Comunicação e diretor do Portal Terceiro Tempo.
Apresentadora do ‘Sem Censura’, programa exibido às noites de segunda pela TV Brasil, Marina Machado prefere ser didática. Para ela, casada com o também jornalista Tiago Toricelli, a profissão é simples de ser definida: um artifício em prol da “locomoção” da notícia. “O jornalismo é uma ponte que liga a informação, que está deste lado, ao público, que está do outro lado”, observa. “A questão é que para fazer esse trabalho bem feito é preciso muitas vezes sair cavando por aí. Desembaraçando, desembaralhando. Tudo isso para que essa informação seja clara para quem vai consumi-la”, complementa a comunicadora com mais de 20 anos de experiência à frente e atrás das câmeras do telejornalismo.
Jornalista e produtor cultural baseado em Uruana, interior de Goiás, Dhiogo José Caetano também foi pelo lado de definir o jornalismo com algo a ajudar o público a seguir o seu próprio caminho. “É a possibilidade de conduzir, em meio ao caos de inúmeras fake news e informações transviadas, a ética, a coerência, o desejo de levar ao outro o esclarecimento [dos fatos], o entendimento, o despertar e, assim, levar a credibilidade da informação, com o interesse de colocar o indivíduo no centro da responsabilidade de suas ações”, reforça o comunicador. “Fazendo com que o mundo possa ser construído de forma melhor”, enfatiza.
Tarimbada na cobertura política diretamente do Distrito Federal, Roseann Kennedy destaca a razão investigativa da profissão. “Jornalismo é prestação de serviço. E dentro disso está revelar o que está escondido, mostrar os direitos dos cidadãos, orientar com informações precisas em momentos de crise e também fazer um grande esforço para denunciar e derrubar fake news”, analisa a âncora do ‘Poder em Foco’, programa exibido pelo SBT. “Chegamos ao ponto que não basta só dar a notícia, também temos de rebater a todo momento a informação falsa para proteger a população”.
Além de Denis Renó, Matheus Ribeiro, Milton Neves, Marina Machado, Dhiogo José Caetano e Roseann Kennedy, outros profissionais da imprensa se propuseram a responder: afinal, o que é o jornalismo? Em materiais gravados com exclusividade para o especial do Comunique-se para este Dia do Jornalista, figuras como Andrei Kampff, Reinaldo Gottino, João Pedro Godoy, Adalberto Piotto, Celso Freitas, Patrícia Paixão, Lito Cavalcanti e Cristyan Costa compartilharam seus pensamentos acerca da profissão e do profissional que tem neste 7 de abril um dia para chamar de seu.
Confira, abaixo, a íntegra dos vídeos enviados à reportagem.
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Com texto de Anderson Scardoelli.
Vídeos enviados à repórter Julia Renó e ao editor Anderson Scardoelli.
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