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Ao menos 46 jornalistas foram mortos em 2021, aponta estudo

Ao menos 46 jornalistas foram mortos em 2021, aponta estudo
Os dados consideram registros de 1º de janeiro a 1º de dezembro. (Imagem: iStock).

Os dados foram divulgados pela ONG Repórteres Sem Fronteiras

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Em todo o mundo, 46 jornalistas foram mortos em decorrência de seu trabalho. É o que aponta relatório publicado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), na última quarta-feira, 15. O número, apesar de alto, representa queda com relação aos dados registrados em anos anteriores.

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A pesquisa da RSF considerou as mortes de profissionais entre 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2021. Os números são baseados em registros de pessoas que morreram durante cobertura jornalística ou em decorrência do trabalho para a imprensa no mundo todo.

Das 46 mortes registradas no relatório pela organização, dois terços foram assassinatos, com os demais sendo mortos sem intenção, enquanto faziam a cobertura de algum fato. Em sua maioria, as mortes foram de jornalistas profissionais (38 pessoas), com apenas quatro jornalistas não profissionais e quatro colaboradores dos meios de comunicação.

Os países descritos como os mais perigosos para a imprensa, atualmente, são: México, com sete mortes, Afeganistão, com seis mortes, Índia e Iêmen com quatro mortes em casa país, e o Paquistão, com três. Todos integram a lista dos dez países que concentram 75% dos jornalistas mortos nos últimos cinco anos. São eles: México, Afeganistão, Síria, Iêmen, Índia, Iraque, Filipinas, Paquistão, Somália e Colômbia.

Apesar do alto número de mortes na profissão, o Repórteres Sem Fronteiras destaca que este é o menor número registrado por eles em quase duas décadas de produção do relatório. O olhar positivo vale principalmente para os registros em países que vivem em situação de paz, mas ainda nas regiões mais seguras do planeta, há perigo para os jornalistas.

“Pela primeira vez em cinco anos, a proporção de jornalistas mortos em países em situação de paz diminui ligeiramente. Ainda assim, a cada 5 jornalistas, 3 foram mortos em países que não estão oficialmente em guerra, e até mesmo a região do mundo considerada a mais segura para o exercício do jornalismo, a União Europeia, foi afetada”, explica o documento.

Prisão de jornalistas

O “Balanço 2021: jornalistas presos, mortos, reféns e desaparecidos” também destaca o alto número de prisões dos profissionais de imprensa ao redor do mundo. Com aumento de quase 20% com relação ao ano anterior, 2020, os dados mais recentes do Repórteres Sem Fronteiras registram que 488 foram detidos ao longo do último ano. Os três países que lideram o ranking são: China, com 127, Mianmar, com 53, Vietnã, com 43, Belarus, com 32 e Arábia Saudita, com 31.

Dados divergentes

Na última semana, outro relatório a respeito das prisões e mortes de jornalistas em 2021 foi divulgado. Os dados apresentados no documento divulgado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e pelo Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apresentam grandes divergências. O primeiro aponta para 293 profissionais presos e 24 mortos por suas coberturas, enquanto o segundo apresenta 488 prisões e 46 mortes. Ambos consideram o mesmo período.

 

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Julia Renó

Jornalista. Natural de São José dos Campos (SP), onde vive atualmente, após temporadas em Campo Grande (MS). Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MS) e voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, integrou o time de jornalistas do Grupo Comunique-se de julho de 2020 a abril de 2022.

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