O assassinato do jornalista esportivo ocorreu em 5 de julho de 2012. Valério Luiz era reconhecido pelas críticas feitas no rádio de Goiânia
Na quarta-feira, 5, o assassinato do jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Rádio Jornal 820 AM (atual Rádio Bandeirantes), em Goiânia, completou cinco anos sem julgamento.
Em 5 julho de 2012, Valério Luiz havia deixado a Rádio Jornal 820 AM, após a gravação do programa ‘Jornal de Debates’, por volta de 14h, quando um homem numa moto desferiu-lhe seis disparos de arma de fogo. O jornalista morreu logo depois.
As investigações da Polícia Civil de Goiás concluíram que o crime foi encomendado pelo então cartorário e ex-vice-presidente do Atlético Clube Goianiense, Maurício Borges Sampaio, devido a críticas feitas pelo jornalista à diretoria do time.
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Além de Sampaio, são acusados o cabo da Polícia Militar Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, que seria o autor dos disparos, e Marcus Vinícius Pereira Xavier, Urbano de Carvalho Malta e o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teriam articulado o homicídio. A polícia finalizou o inquérito e indiciou os acusados, e o Ministério Público do Estado de Goiás os denunciou por homicídio duplamente qualificado em fevereiro de 2013, mas uma série de eventos adiou o júri popular.
Os réus aguardam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um último recurso, o ARE nº 1055725, que se encontra concluso com o ministro Ricardo Lewandowski. Se derrotados, poderão ser submetidos ao tribunal do júri de Goiânia.
Reivindicando a celeridade do processo, a família de Valério Luiz realizou uma caminhada pelas ruas do centro de cidade e em volta do Tribunal de Justiça na manhã desta quarta-feira, ritual que se repete nesta data nos últimos quatro anos.
Valério Luiz de Oliveira era comentarista de esportes havia mais de 30 anos, a exemplo de seu pai, o também radialista e jornalista esportivo Manoel de Oliveira. Segundo seu filho, Valério era conhecido como “o mais polêmico do rádio”, “por não medir palavras nas ácidas críticas que dirigia às gestões dos cartolas goianos; citava nomes e fatos concretos, fugindo dos comentários genéricos adotados por outros profissionais”.
Desde 2010, o jornalista vinha publicando críticas à gestão do Atlético Clube Goianiense, abrangendo desde casos de compra de resultados até uso de drogas entre jogadores. Tinha 49 anos quando morreu.
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Por Mariana Gonçalves.
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