Eu não nasci para ter empregado, não, porque, se tivesse, só daria trabalho a quem atende o cliente como trata sua família, com gentileza, como eu achava que João Bosco, o motorista do ônibus em que eu e meu filho mais voltávamos da escola em que ele estudava na primeira série, tratava a dele.
Meu filho gostava tanto de voltar para casa com “nosso amigo” da linha 5034-10 que saía do terminal Sacomã por volta das 18 horas, que até lhe desenhou um ônibus.
E não foi só porque, em uma de nossas voltas, ele ganhou um bombom, não, mas também porque ele via que nosso amigo era atencioso até debaixo de chuva, parando para a mãe de uma menina que às vezes voltava da escola no mesmo ônibus que nós descer em uma das esquinas da praça próxima à casa dela.
Queria eu ter vindo com nosso amigo no dia em que, mesmo vendo que estava chovendo, um colega dele parou o ônibus antes do ponto coberto em que descemos, obrigando-me a, para não atrasar o banho de meu filho nem o jantar de minha família, gastar outro crédito do bilhete para ir só até o próximo ponto, em frente a nossa casa.
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No dia em que, passando mal, meu filho vomitou bem na entrada do ônibus, obrigando-me a, para diminuir meu constrangimento e o desconforto dos outros passageiros, fazer de minha camiseta um pano de chão, ele disse que eu não precisava me preocupar com a sujeira, não.
João Bosco (esse era, segundo os colegas de trabalho de nosso amigo, o nome dele) que partiu deste mundo quando eu achava que ele estava em férias, deve ter se formado na mesma escola de bons profissionais em que o motorista que nos deixava a meio caminho andado do ponto até nossa casa e a motorista que vi parando o ônibus em uma subida só para uma mãe com uma criança no colo atravessar a rua, se formaram.
Indo em direção contrária, um dos motoristas da linha que vai do ponto final perto de minha casa até a estação do metrô Saúde que dirige ônibus como se estivesse transportando um caminhão cheio de animais irracionais, passando o veículo em alta velocidade sobre buracos e quebra-molas e, dependendo do humor com que sai de casa, não parando para ninguém, inclusive para idosos, nem no próprio ponto, deve ter frequentado a escola dos motoristas com os quais nenhum passageiro quer ser transportado.
O que a família deste empregado diria se o visse atendendo tão mal os clientes da empresa em que ele trabalha?
Como fica a imagem da empresa que o mantém em seu quadro de funcionários?
Não é só como passageiro, ou, melhor, cliente, que prezo o bom atendimento.
Quando eu trabalhava em uma livraria, gostava de atender tão bem que, às vezes, acabava convencendo o cliente a levar outro livro, principalmente do mesmo autor, pelo que ele não havia encontrado ou a voltar à loja.
E você, também atende seu cliente como trata sua família?
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